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Polícia conclui que George Alves matou filho e enteado

Polícia constatou que meninos de 6 e 3 anos também foram molestados

Jade Nunes - 23/05/2018 11h07 | atualizado em 23/05/2018 16h21

Pastor George e a esposa Juliana Salles Foto: Reprodução

Após pouco mais de um mês de investigação, a Polícia Civil concluiu que o pastor George matou o filho Joaquim, de 3 anos, e o enteado Kauã, de 6, carbonizados. A informação foi confirmada pela Secretaria de Estado da Segurança Pública do Espírito Santo em coletiva de imprensa, nesta quarta-feira (23).

– Este caso deixa todos estarrecidos pela monstruosidade e crueldade, as investigações e laudos periciais são esclarecedores. São definitivos e inegáveis. O inquérito será encaminhado para o MP para que a Justiça seja aplicada – afirmou Nylton Rodrigues, Secretário de Segurança Pública do Espírito Santo, logo no começo da entrevista.

Policiais e peritos falam sobre o caso em coletiva de imprensa Foto: Reprodução

O delegado André Costa informou que o inquérito ainda não foi encerrado, faltam algumas diligências e que foi montada uma força-tarefa para investigar a morte dos irmãos.

De acordo com Costa, a versão apresentada pelo pastor George era incompatível com o que era visto pelos policiais e com a experiência do órgão.

– No início das diligências notou-se que a versão apresentada por ele tinha inúmeras incongruências, bem como relatos testemunhais. A versão do investigado era incompatível com o que presenciávamos. Não bastasse isso, as lesões eram flagrantemente incompatíveis com o cenário presenciado. Fatores que começaram a exteriorizar a suspeita que foi um incêndio criminoso – esclareceu o delegado.

Policiais também constataram que as crianças foram molestadas.

– Com as duas vítimas ainda vivas, porém desacordadas, o pastor colocou as crianças na cama e usando um líquido inflamável ateou fogo nos corpos e no local. As crianças morreram pela carbonização – contou Costa.

O delegado ainda informou que as crianças foram agredidas depois de serem abusadas sexualmente para ficarem desacordadas e não tentarem fugir do fogo. O homicídio foi motivado exatamente para esconder os abusos.

Costa completou dizendo que George tentou se promover publicamente passando uma imagem muito diferente do que a sua conduta demonstrou.

– A fumaça não foi a responsável pelas mortes e elas (as crianças) não reagiram a esse incêndio porque já estavam desacordadas – disse um dos peritos do caso.

O tenente Coronel Ferrari, perito do Corpo de Bombeiros, revelou que no mesmo dia do incêndio os bombeiros já viram indícios de que não foi acidental.

– As vítimas foram encontradas no foco inicial do incêndio, quando normalmente a vítima morre tentando fugir do foco das chamas – esclareceu o tenente.

Segundo as autoridades, não há informações da participação ou conveniência da mãe das crianças no crime.

– O pastor não confessou e demonstrou ser uma pessoa sem sentimentos – comentou a polícia.

George Alves irá responder por duplo homicídio triplamente qualificado e duplo estupro de vulnerável. A soma máxima das penas chega a 126 anos.

O INCÊNDIO
Joaquim, de 3 anos, e Kauã, de 6, foram encontrados mortos no dia 21 de abril. O quarto em que eles estavam dormindo pegou fogo. O pastor George afirmou na época que tentou salvar as crianças, mas não conseguiu.

Durante um exame, porém, foi constatado que George não apresentava queimaduras. No momento do incêndio, a mãe dos meninos, Juliana Salles, estava em outro estado participando de uma conferência. Ela tinha levado o filho mais novo do casal.

No dia 28 de abril, o pastor foi preso com a justificativa de que estava atrapalhando as investigações. Em 17 de maio, a polícia falou pela primeira vez que encarava o caso como homicídio.

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