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Polícia apura vazamento de áudio de menino que matou por causa de celular

Material, obtido a partir do depoimento do garoto para a polícia, mostra que o menino confessou os crimes

Paulo Moura - 22/03/2022 08h51 | atualizado em 22/03/2022 09h19

Pai, mãe e irmão ao lado do adolescente de 13 anos Foto: Arquivo Pessoal

A corregedoria da Polícia Civil da Paraíba irá investigar o vazamento do áudio em que o adolescente de 13 anos confessa que matou a mãe, o irmão, e baleou o pai, na cidade de Patos (PB), e usa como justificativa para os crimes o fato de ter sido proibido de usar o celular. As declarações acabaram circulando nas redes sociais nesta segunda-feira (21).

O material, que contém cerca de seis minutos e meio, traz declarações dadas pelo garoto durante o seu depoimento. Ao comentar o vazamento, o delegado-geral da Polícia Civil da Paraíba, André Rabelo, disse que é necessário “aprender com os erros” e evitar que esses se repitam. Entretanto, ele admitiu que houve um erro “não doloso” por parte do delegado do caso, Renato Leite.

– A corregedoria está com o caso e eventuais crimes vão ser investigados. Se precisar, vai haver responsabilização dos envolvidos – ressaltou.

Rabelo ressaltou que o próprio delegado responsável pela investigação do caso já admitiu que houve um erro da parte dele. De acordo com o delegado-geral, ao enviar algumas informações, o policial teria enviado junto, por engano, o áudio com as declarações do menino. Para o chefe da Polícia Civil da Paraíba, porém, o erro não minimiza o trabalho da investigação.

– Foi um trabalho cauteloso muito bem-sucedido. Esse erro não pode macular o papel que o delegado Renato Leite desempenhou no caso – completou.

O CASO
Um garoto de 13 anos confessou ter matado a mãe e o irmão a tiros, na cidade de Patos (PB). O caso aconteceu no sábado (19). De acordo com o depoimento, ele cometeu o crime porque foi proibido de usar o celular para jogar e conversar com os amigos. A mãe do menino tinha 47 anos e o irmão mais novo dele, 7 anos. O pai tem 57 anos e, de acordo com os médicos, está paraplégico.

Além de ser proibido de usar o celular, o garoto disse que estaria sendo pressionado para tirar notas boas nos exames escolares. O menor foi apreendido pouco depois do crime. Ele foi levado para a Delegacia de Homicídios e Entorpecentes da Polícia Civil de Patos e prestou depoimento na presença de uma advogada e de uma parente.

O crime aconteceu quando o pai do menino, um policial militar reformado, foi à farmácia comprar um remédio para a esposa. Pouco antes de sair de casa, ele havia tirado o celular do filho. Quando voltou, o homem encontrou a esposa morta, baleada quando estava deitada. E o filho estava com a arma na mão.

O policial reformado pediu que o garoto soltasse o revólver, mas acabou sendo alvejado no tórax. O irmão pequeno correu para abraçar o pai e levou um tiro nas costas. O autor dos disparos chamou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Inicialmente, ele negou ter praticado o crime.

A polícia achava que o menino tinha sobrevivido a uma chacina. No entanto, ele acabou sendo apontando como suspeito após as investigações. O menino ficou inicialmente na carceragem da Polícia Civil de Patos, mas depois foi transferido para o Centro Especializado de Reabilitação de Sousa, também na Paraíba.

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