PM acusado de matar lutador já tinha duas condenações
Henrique Velozo foi acusado de agredir policial militar e desacatar outro há mais de quatro anos
Gabriel Mansur - 08/08/2022 15h03 | atualizado em 08/08/2022 15h56

O tenente da Polícia Militar Henrique Velozo tem duas condenações impostas pelas Justiça Militar de São Paulo. Uma é referente a desacato, enquanto a outra deve-se a uma agressão. Ambas foram praticadas contra colegas de polícia no mesmo dia, em 2017, na boate The Week, Zona Oeste da capital paulista. Velozo, de 30 anos, é o principal suspeito de atirar e matar com um tiro na cabeça o campeão mundial de jiu-jítsu, Leandro Lo, de 33 anos, em uma casa de show na madrugada deste domingo (7).
Em 27 de outubro de 2017, Henrique teria socado o braço de um agente e tentado bater no rosto e desferido chutes em outros policiais militares, além de ofendê-los. Conforme as investigações, os PMs tinham sido chamados para atender uma ocorrência de confusão dentro da The Week.
O Ministério Público Militar afirma que o tenente estava acompanhado de um primo, e ambos discutiram de forma acalorada com outros homens. Nos dois casos anteriores, da mesma forma que ocorreu neste final de semana, o tenente da PM estava de folga e sem uniforme.
Ainda segundo o MP, um vídeo gravado no local confirmou a versão dos agentes. Eles contam que encontraram Henrique “embriagado”, “nervoso e exaltado, dificultando o trabalho dos militares”. Em 13 de maio de 2021, o tenente foi condenado a nove meses de prisão em regime aberto.
O CRIME
Segundo testemunhas contaram à Polícia Civil e à imprensa, Henrique, que também seria praticante de lutas, foi tirar satisfações com Leandro, que o imobilizou no Clube Sírio, durante o show de pagode do grupo Pixote. Depois que foi solto, o policial militar sacou sua arma e disparou à queima-roupa contra o rosto do lutador.
Leandro chegou a ser internado, mas teve morte cerebral confirmada neste domingo. A Justiça decretou a prisão temporária de 30 dias do agente, que se entregou à Corregedoria da PM e foi levado para o presídio militar Romão Gomes, na Zona Norte.
O Ministério Público informou que o promotor Romeu Zanelli acompanha as investigações da Polícia Civil. O caso é investigado como assassinato.
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