PF pede ao STJ prisão preventiva do padre Robson de Oliveira
Pedido foi justificado por áudio que indicaria compra de sentença favorável ao religioso na Justiça de Goiás
Paulo Moura - 19/11/2021 07h33 | atualizado em 19/11/2021 09h38
A Polícia Federal (PF) protocolou, no Superior Tribunal de Justiça (STJ), um pedido de prisão preventiva do padre Robson de Oliveira, ex-reitor do Santuário Divino Pai Eterno, que fica na cidade goiana de Trindade. A informação foi confirmada pelo próprio advogado do padre, Cleber Lopes.
A solicitação da PF à Corte Superior foi feita na quarta-feira (17), e o caso está sob análise do ministro Benedito Gonçalves, que ainda não emitiu um parecer sobre a questão. A motivação do pedido de prisão foi um áudio anexado ao processo que indicaria compra de sentença favorável ao religioso na Justiça de Goiás. O advogado do padre, porém, alega que o pedido não tem base jurídica.
– Encontraram diálogos que suspostamente foram aprendidos na Operação Vendilhões. Segundo eles, revela a corrupção no TJGO. Tem diálogo do advogado que fala com fulano, que sugere pagamento de vantagem no tribunal. Diálogo de advogado em processo cível, no caso da fazenda. Pegaram o diálogo e apontaram crime de corrupção – disse Cleber.
O padre foi denunciado pelo Ministério Público de Goiás (MPGO) por organização criminosa, apropriação indébita, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro doado por fiéis à Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe). Na ocasião das investigações, o órgão informou que o prejuízo para a associação chegaria a mais de R$ 100 milhões.
Porém, em maio deste ano, a investigação foi bloqueada por decisão do próprio STJ. Na ocasião, o desembargador Olindo Menezes considerou que as provas usadas pelo Ministério Público goiano contra o padre teriam sido compartilhadas de maneira ilegal de outra apuração.
Na noite de quinta-feira (18), o MP disse que recorreu da decisão e aguarda o julgamento do recurso pelo STJ.
A denúncia à Justiça é decorrente da Operação Vendilhões, que cumpriu mandados em agosto de 2020 para apurar os desvios. Segundo as investigações, o dinheiro teria sido usado para comprar bens como fazendas, casa na praia e até um avião. O padre, que sempre negou qualquer irregularidade, está afastado das atividades e proibido de se manifestar por decreto canônico.
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