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Órgão abriu inquérito para apurar a existência de crime ao relacionar o presidente com investigações da morte de Marielle Franco

Henrique Gimenes - 06/11/2019 19h36 | atualizado em 06/11/2019 20h06

Presidente Jair Bolsonaro Foto: Reprodução

A pedido do Ministério Público Federal no Rio de Janeiro (MPRJ), a Polícia Federal abriu inquérito para apurar possíveis crimes por parte do porteiro que afirmou que um dos suspeitos de matar a vereadora Marielle Franco (PSOL) foi à casa do presidente Jair Bolsonaro (PSL) poucas horas antes do crime.

O MPF no Rio requisitou o inquérito para esclarecer se o porteiro cometeu os crimes de obstrução da Justiça, falso testemunho e denunciação caluniosa.

A requisição é consequência de um ofício no qual o ministro da Justiça, Sergio Moro, pediu a instauração de um inquérito para apurar as circunstâncias da citação ao presidente. O ofício foi remetido ao MPF-RJ na última quarta-feira (30) pelo procurador-geral da República, Augusto Aras.

Naquele dia, Aras afirmou à Folha de S.Paulo que a PGR (Procuradoria-Geral da República) e o STF (Supremo Tribunal Federal) já haviam arquivado a notícia de fato, enviada à corte pelo Ministério Público do Rio, que informava sobre a menção ao nome de Bolsonaro na investigação do caso Marielle. O procurador-geral classificou o episódio como um “factoide”.

Em nota, o MPF no Rio disse que o inquérito a respeito do porteiro tramitará sob sigilo e que o órgão só se manifestará sobre os fatos após a conclusão das investigações.

Reportagem do Jornal Nacional do dia 29 de outubro indicou que um porteiro (cujo nome não foi revelado) deu depoimento dizendo que, no dia do assassinato da vereadora, Élcio de Queiroz, ex-policial militar suspeito de envolvimento no crime, afirmou na portaria do condomínio Vivendas da Barra, no Rio de Janeiro, que iria à casa de Bolsonaro, na época deputado federal.

Segundo o depoimento do porteiro, ao interfonar para a casa de Bolsonaro, um homem com a mesma voz do presidente teria atendido e autorizado a entrada. O suspeito, no entanto, teria ido a outra casa dentro do condomínio -a de Ronnie Lessa, outro acusado de ter matado a vereadora.

Na planilha de controle da portaria do condomínio, apreendida pelo Ministério Público, constava que no dia 14 de março de 2018 -quando Marielle foi assassinada- Élcio havia ido para a casa 58, que pertence a Bolsonaro.

Nos áudios que registram a entrada de visitantes no prédio, no entanto, é possível verificar que a entrada de Élcio foi autorizada por um homem na casa 65, de Lessa. Perícia realizada a pedido do MP-RJ concluiu que esse homem era o próprio Lessa.

No dia seguinte à veiculação da reportagem, a Promotoria organizou uma entrevista coletiva para jornalistas, na qual a promotora Simone Sibilio disse que o porteiro havia prestado informações falsas.

Na ocasião, o órgão não citou hipóteses que pudessem explicar o depoimento do porteiro e a anotação na planilha do número 58, referente à casa de Bolsonaro.

Durante a entrevista, a Promotoria afirmou que não sabia se a gravação registrada na portaria é do mesmo porteiro que prestou depoimento.

*Folhapress

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