Paulo Moura - 03/12/2021 11h30 | atualizado em 03/12/2021 11h39

Após a divulgação de um áudio em que diz ser “chefe da quadrilha”, o padre Robson de Oliveira, ex-reitor do Santuário Basílica de Trindade (GO), ingressou com um pedido no Superior Tribunal de Justiça (STJ) para tentar censurar a divulgação da gravação. A declaração teve grande repercussão após ser divulgada pelo Jornal da Record no último dia 24 de novembro.

Ao site Metrópoles, o advogado Cleber Lopes, responsável pela defesa do líder religioso, afirmou que o pedido para vetar a divulgação do áudio já está no gabinete do ministro Benedito Gonçalves, relator da solicitação de prisão preventiva contra o padre, feita pela Polícia Federal no dia 17 de novembro.

– Já peticionamos ao STJ, pedindo que seja proibida a divulgação dos áudios. Se o ministro do Superior decidir dessa forma, vamos mandar notificação extrajudicial para quem estiver divulgando – declarou.

Além da investigação, atualmente trancada, sobre a suposta prática de desvio de dinheiro proveniente de doações de fiéis, o sacerdote pode se tornar alvo de uma outra investigação, que apura um suposto pagamento de propina a magistrados do Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) que acataram recurso da Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe), instituição que foi presidida pelo padre.

O ÁUDIO
Na gravação, apreendida pelo Ministério Público do Estado de Goiás, o padre Robson de Oliveira admitiu que participava de um esquema para burlar contratos e que tinha conhecimento do risco de ser preso pela polícia. No áudio, o sacerdote diz categoricamente que é “o chefe da quadrilha”. As informações foram divulgadas em uma reportagem do Jornal da Record no dia 24 de novembro.

– Deixa um delegado meio doido começar a fazer pergunta pesada. Ai, gente, eu vou falar para vocês uma coisa. Isso aí é crime organizado […] E eu sou o chefe da quadrilha – diz o sacerdote católico.

De acordo com a matéria, a gravação teria sido feita pelo próprio padre, durante uma reunião com advogados. No encontro, o líder religioso e a equipe jurídica discutiram estratégias para tentar camuflar a ilegalidade de contratos de compras feitas em nome de terceiros pela Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe), presidida pelo religioso até ele ser afastado da instituição.

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