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Estado também prorrogou toque de recolher

Pleno.News - 17/12/2020 21h22 | atualizado em 18/12/2020 10h08

Estado também ordenou toque de recolher Foto: Divulgação/Governo do Estado do Paraná

O governo do Paraná decidiu prorrogar até 28 de dezembro o decreto que estabelece toque de recolher noturno, a lei seca e a proibição de aglomerações com mais de 10 adultos. As medidas têm como objetivo frear o contágio pelo novo coronavírus, que matou mais de 7 mil pessoas no estado desde março. O novo decreto, divulgado nesta quinta-feira (17), tem validade de 10 dias, a partir de sábado (19), e pode ser prorrogado até janeiro de 2021

O toque de recolher noturno está em vigor desde o dia 2 de dezembro. Das 23h às 5h, apenas serviços essenciais são permitidos. Dois dias depois, um novo decreto ampliou as restrições, proibindo a venda e o consumo de bebidas alcoólicas durante a madrugada.

Apesar das recentes medidas, o número de novas contaminações e mortes pela covid-19 continuou em alta no Paraná. Nessa quarta-feira (16), o Estado bateu recorde de óbitos em 24 horas, ao confirmar 199 mortes por complicações da doença. Parte dos casos são retroativos. A taxa de ocupação dos leitos de UTI do SUS exclusivos para coronavírus tem se mantido entre 85% e 95% nos últimos 14 dias.

O secretário da Saúde do Paraná, Beto Preto, defende que o toque de recolher noturno, aliado à lei seca, visa frear dois dos principais problemas: a transmissão do coronavírus e a superlotação dos hospitais públicos e privados. “Tivemos uma redução de 30% a 35% nos atendimentos de alta complexidade ligados a bebidas alcoólicas, como acidentes de trânsito, traumas, ferimentos por armas de fogo ou armas brancas”, disse ele ao Estadão.

Para o médico José Rocha Faria Neto, do Centro de Epidemiologia e Pesquisa Clínica da PUCPR, as medidas são necessárias para frear o atual estágio da pandemia. Segundo ele, se analisados os casos novos pela data de diagnóstico, excluindo os registros retroativos, as restrições explicam parcialmente o recuo de 12% na média móvel do indicador. “Isso mostra, de certa maneira, a efetividade [das medidas]. Mais do que isso, a prorrogação é válida para manter o sinal de alerta aceso”, disse o professor da Pontifícia Universidade Católica. O médico pondera, no entanto, que o cumprimento do decreto deve ser fiscalizado para que ele se mantenha efetivo no médio prazo.

Natal sem aglomeração

Com a prorrogação das medidas restritivas até o dia 28 de dezembro, o governo do Paraná espera coibir aglomerações nas festas de Natal. As reuniões familiares devem ser realizadas, no máximo, com a presença de 10 adultos. Crianças de até 14 anos não são incluídas na conta porque, segundo a Secretaria de Estado da Saúde, estudos indicam menor potencial de transmissão do coronavírus nessa faixa etária.

Eventos em bares, restaurantes e clubes estão proibidos. Apesar disso, o decreto em vigor permite cultos religiosos, desde que respeitada a capacidade máxima de 30% dos templos e distanciamento mínimo de dois metros entre os fiéis.

“Pedimos para que as pessoas evitem se reunir e pensem no Natal de 2021, porque as decisões de agora serão fundamentais para que a gente possa planejar o futuro. Deixar de se reunir neste ano, em muitos casos, significa não ter a transmissão do coronavírus no ambiente familiar”, afirmou o secretário Beto Preto, acrescentando que as medidas de restrição objetivam preservar vidas.

Sobre as festas de ano novo, o chefe de pasta diz que a situação será reavaliada na última semana do ano. Se as medidas atuais não forem suficientes para arrefecer a curva de contágio, o decreto deve ser prorrogado, impondo as mesmas restrições do período de Natal ao Réveillon.

Curitiba nega represamento de dados

Nos últimos dias, Curitiba liderou a alta de novos casos de covid-19 no Brasil, de acordo com os dados do Ministério da Saúde. O boletim consolidado dessa quarta-feira (16), incluiu mais de 14 mil registros da capital paranaense, embora o município tenha confirmado 1.477 diagnósticos.

A defasagem dos dados de Curitiba, apresentados pela Secretaria de Estado da Saúde do Paraná e pelo Ministério da Saúde, deve-se à incompatibilidade dos sistemas utilizados. A partir de um esforço de revisão manual, casos registrados entre abril e novembro passaram a ser contabilizados nesta semana.

A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) nega o represamento dos dados e alega que notifica diariamente os casos de covid-19 às autoridades nacionais. Ela também se defende ao argumentar que segue regularmente o protocolo de integração de dados com o Estado. “O conflito entre os sistemas e fluxos de notificação está sendo discutido em conjunto pelas secretarias a fim de corrigir as divergências”, explicou o órgão, em nota.

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