Pai de vítima de Champinha diz que ele “já pagou o que devia”
Declaração foi dada pelo advogado Ari Friedenbach em entrevista ao programa Balanço Geral
Paulo Moura - 30/08/2023 10h59 | atualizado em 31/08/2023 20h14
O advogado Ari Friedenbach, pai de Liana Friedenbach, jovem que foi morta por Roberto Aparecido Alves Cardoso, o Champinha, em 2003, afirmou que, para ele, o autor do crime “já pagou o que devia”. A declaração foi dada em uma entrevista concedida ao programa Balanço Geral, da Record TV.
– Champinha já pagou o que devia. Pode parecer meio chocante [essa afirmação], mas é o que eu penso. Nós temos uma legislação no país e o tempo máximo para maior de idade ficar preso é de 30 anos. No caso de Champinha, que cometeu o crime quando era menor, ele estava sob medida socioeducativa e hoje está na unidade experimental de saúde, interditado civilmente – disse.
Ao programa, o pai da jovem ainda declarou que deve ser debatido e discutido o que fazer com pessoas em casos como o de Champinha, que envolve o cometimento de atos gravíssimos.
– Como será feito esse acompanhamento e quem vai dar esse tratamento a Champinha? Esse é o debate, é uma questão que a sociedade tem que parar para pensar. Não basta a gente simplesmente resolver jogando a chave da masmorra no lixo ou simplesmente achando que a situação pode perdurar eternamente. Como a sociedade vai poder receber uma pessoa como essa? – declarou.
SOBRE O CASO
Champinha e outros quatro homens foram presos em 2003 após sequestrarem, torturarem e matarem o casal de namorados Liana Friedenbach, de 16 anos, e Felipe Caffé, de 19. Por ter 16 anos na época, Champinha não foi julgado pelo crime e acabou sendo encaminhado para a antiga Fundação Estadual para o Bem-Estar do Menor (Febem), hoje chamada de Fundação Casa.
Em maio de 2007, porém, Champinha fugiu da fundação, mas acabou sendo recapturado no dia seguinte e foi encaminhado para a recém-criada Unidade Experimental de Saúde (UES), onde está até hoje. Ao todo, ele está prestes a completar 20 anos isolado do convívio em sociedade.
Liana e Felipe foram assassinados na região de Embu-Guaçu, na Grande São Paulo, em novembro de 2003. Eles foram rendidos pelos criminosos enquanto acampavam em um sítio abandonado. Após terem passado a madrugada do dia 31 de outubro de 2003 sob o vão livre do Masp, na capital paulista, os dois teriam chegado a Embu-Guaçu por volta das 9h do dia seguinte.
Ainda no dia 1° de novembro de 2003, Champinha e Paulo César da Silva Marques, apelidado de Pernambuco, saíram para caçar, pela manhã, e avistaram Liana e Felipe. O casal foi abordado à tarde e o objetivo inicial dos criminosos seria assaltar os estudantes. Porém, ao perceberem que os dois estavam sem dinheiro, Champinha e o comparsa optaram pelo sequestro.
Felipe foi assassinado no dia seguinte, nas proximidades de um barranco, mas Liana não teria visto o namorado ser morto, apesar de ter ouvido o tiro. A jovem só seria morta três dias depois, quando Champinha a executou a facadas em uma área de mata. Os corpos foram encontrados pela polícia no dia 10 de novembro de 2003.
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