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Pai de Juliana sentiu pena dos socorristas: ‘Não tinham recursos’

Durante velório da filha, Manoel Marins falou sobre sua experiência na Indonésia

Thamirys Andrade - 04/07/2025 16h20 | atualizado em 04/07/2025 17h06

Em coletiva de imprensa pouco antes do velório de Juliana Marins nesta sexta-feira (4), o pai da jovem, Manoel Marins, falou sobre sua experiência ao chegar na Indonésia em busca do resgate da filha. Ele contou que se deparou com um cenário em que agentes da Defesa Civil demonstravam boa vontade, mas tinham poucos recursos, e revelou ter chegado a ficar com pena dos socorristas.

– Nós vivemos em um país no qual estamos acostumados a um resgate rápido. Nossos bombeiros são bravos. Só que fora do Brasil, em países mais pobres, as coisas não acontecem assim. Mas deveria acontecer porque os recursos para isso não são muito grandes. O pessoal da Defesa Civil de lá, eu ficava até com pena deles, eles têm boa vontade, mas não têm recurso. Inclusive se os voluntários não tivessem chegado, é bem provável que Juliana não fosse resgatada – ponderou.

De acordo com Manoel, o único helicóptero que eles dispunham para o resgate ficava em Jacarta, capital do país, local distante da Ilha de Lombok, onde sua filha se acidentou. Ele explica que os socorristas estavam contando com um helicóptero emprestado por uma mineradora.

– Trata-se de despreparo, de descaso com a vida humana, de negligência, de precariedade dos serviços daquele país. Infelizmente, é um país turístico, um destino turístico mundialmente conhecido, um país que depende do turismo para sobreviver e deveria ter mais estrutura para resgatar as pessoas – assinalou.

Manoel compartilhou que, segundo cálculos feitos pela família com apoio de autoridades, pode-se chegar a uma média de um acidente a cada cinco dias no monte Rinjani.

– Um mês antes de Juliana morrer, já havia tido uma morte lá. Uma pessoa de 57 anos. Uma semana depois, outro rapaz caiu, mas esse conseguiu sobreviver. Foram mais de 150 acidentes naquele local nos últimos cinco anos. Se nós tirarmos o período da pandemia, em que as restrições de viagens foram grandes, dá praticamente um acidente a cada cinco dias – estimou.

Ele relatou, contudo, que em razão do caso Juliana, a Indonésia se dispôs a rever seus protocolos de segurança, e que caso o façam, ele sentirá que a morte de sua filha não foi em vão.

O velório de Juliana aconteceu nesta sexta no Cemitério Parque da Colina, em Niterói, Região Metropolitana do Rio de Janeiro. A família desistiu de cremar a jovem, porque há a possibilidade de que o corpo tenha que ser exumado no futuro, haja vista que o caso está sendo investigado para apontar se houve negligência na morte da brasileira.

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