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Gercialdo Melquiades lembrou dos planos do filho Samuel e afirmou que menino "morreu como herói"

Gabriela Doria - 15/03/2019 21h07 | atualizado em 15/03/2019 21h17

Em entrevista exclusiva para o Pleno.News, Gercialdo Melquiades, pai do menino Samuel, de 16 anos, morto no massacre da Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano (SP), contou detalhes sobre o adolescente que o Brasil só conheceu após a tragédia. Frequentadores da Igreja Adventista do Sétimo Dia Central de Suzano, Gercialdo revela que o filho Samuel sonhava em ser líder jovem na igreja.

– Ele tinha esse perfil de liderança e sonhava em liderar os jovens da igreja. Desde sempre o Samuel estava pronto para ajudar, seja um amigo ou familiar. Se alguém estivesse passando por algum problema, ele fazia de tudo para ajudar. E eu tentava dar esse suporte, dizia para ele convidar o amigo ou a amiga para a igreja. Recentemente, ele finalmente foi convidado para participar do grupo jovem da igreja e estava muito feliz com o convite. Foi uma grande conquista para ele, pois era parte de um sonho se realizando – lembra Gercialdo.

De voz firme e serena, o pai de Samuel revela que o luto tem sido doloroso, mas que a família tem recebido apoio de amigos e parentes.

– No momento, estamos na casa de amigos. Ainda não conseguimos voltar para a nossa casa. Por vontade de minha esposa, decidimos que vamos nos mudar e, na nova casa, vamos manter um cantinho só com as coisas do Samuel. Essa é a vontade da minha esposa e eu vou respeitá-la – contou.

Ainda tentando digerir a tragédia, Gercialdo não tem ideia de como será a vida daqui para frente. No entanto, ele afirma com convicção que quer dar continuidade às atividades que faziam Samuel feliz.

– O meu papel daqui em diante é dar continuidade ao que o Samuel amava fazer, como os trabalhos de arte dele. Não sei como farei, mas quero seguir realizando coisas que faziam ele feliz. É uma forma de homenageá-lo pelo rapaz que era – declarou Gercialdo.

Mesmo enfrentando na realidade o maior temor de qualquer pai, Gercialdo diz estar confiante dos desígnios de Deus para sua vida.

– O Samuel morreu como um herói, um mártir. Eu acredito que se foi essa a vontade de Deus é porque ele estava preparado para ir. Ele morreu salvando uma amiga. Ele empurrou ela e entrou na frente da bala para salvar a vida dela. Se a vida dessa menina foi poupada, é porque ainda não era a hora dela. Se o Samuel partiu foi porque Deus quis e ele estava pronto. Por mais que seja dolorosa a ausência dele, eu sei que foi da vontade do Senhor.

Dono de uma fé inabalável, o pai de Samuel afirma que sua sustentação vem da esperança em Jesus. Ele também aconselha familiares de outras vítimas que se agarrem na fé.

– Se eu puder dizer algo para as outras famílias que também perderam seus filhos e familiares, é que tenham esperança. Tenham esperança na volta de Jesus Cristo e na Sua bondade. Não percam a fé de que um dia se unirão novamente com seus filhos, familiares e amigos que foram perdidos – afirmou.

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