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Pai de aluna morta após estupro afirma: “Cheia de hematoma”

Adão Bezerra do Nascimento revelou que encontrou filha com "hematoma e toda ensanguentada"

Priscilla Brito - 31/01/2023 11h35 | atualizado em 31/01/2023 12h45

Janaina da Silva Bezerra, estudante de jornalismo da UFPI morta após estupro e Adão Bezerra do Nascimento, pai da vítima
Estudante Janaína da Silva e Adão Bezerra do Nascimento, pai da aluna morta Reprodução/Arquivo Pessoal Reprodução/TV Clubee

Neste sábado (28), Adão Bezerra do Nascimento, mecânico e pai da universitária de 22 anos morta após ter sido estuprada em uma festa no prédio da Universidade Federal do Piauí, soube por intermédio de uma amiga da filha que a aluna encontrava-se no hospital. Em entrevista à TV Clube, afiliada da TV Globo, Bezerra contou que imaginou que a filha tivesse desmaiado ou caído. No entanto, ao chegar no Hospital da Primavera, Zona Norte de Teresina encontrou a filha sem vida.

– Soube através de uma colega dela. A informação foi que as coleguinhas saíram e convidaram ela para sair e, na hora que acabou o baile, ela [amiga] foi embora e deixou ela [Janaína]. Não sei com quem ela ficou lá. A mãe dela que recebeu a notícia de manhã, eu não estava em casa. Eu me senti muito mal. Fui para o hospital pensando que a menina tinha desmaiado, caído, a menina estava morta – contou o pai de Janaína.

Adão Bezerra revelou que encontrou a filha com “hematoma e toda ensanguentada”. O homem disse ainda que “cortaram a roupa de Janaína”.

– Saiu de casa por volta das 23h de sexta-feira, após uma colega chamá-la. Já soube hoje de manhã [sábado, sobre a morte da filha]. Estava esperando ela chegar, quando chegou essa notícia lá. Ela estava cheia de hematoma, toda ensanguentada, cortaram a roupa dela – disse Adão Bezerra.

Jorge Luiz Bezerra do Nascimento, um dos tios de Janaína relembrou que a jovem havia passado no vestibular entre os cinco primeiros lugares para cursar Jornalismo.

– Era tão dedicada com as coisas dela, de ir para o colégio dela, não era nem de sair de casa. Se ela tava saindo, é porque tinha esses eventos da universidade e acho que o grupo da turma ia pra se juntar. Sempre que ela vinha da faculdade, os pais dela iam buscá-la na parada de ônibus. Uma pessoa pobre, em uma universidade federal, que passa entre os cinco primeiros para Jornalismo, uma área muito concorrida aqui. Esse cara parou o caminho dela, finalizou a vida dela e a situação que ela pretendia de ajudar os pais – disse o tio de Janaína.

O CASO
Uma universitária de 22 anos morreu, no último sábado (28), após ter sido estuprada e ter o pescoço quebrado em uma festa no prédio da Universidade Federal do Piauí, em Teresina, capital do estado. A vítima, identificada como Janaína da Silva Bezerra, cursava Jornalismo desde 2020 na instituição. Um homem de 28 anos foi preso suspeito de ter matado a jovem.

Um laudo do Instituto de Medicina Legal do Piauí apontou que foram encontrados indícios de que Janaína teria sofrido violência sexual e que a causa da morte foi um “trauma raquimedular [lesão na medula] por ação contundente”. A jovem teria sofrido uma contusão na coluna, que causou a lesão da medula espinhal e a morte.

Uma das possibilidades investigadas pela polícia seria de uma ação com as mãos no pescoço de Janaína com “intuito de matar ou fazer asfixia, queda, luta”. À Polícia Civil, o suspeito, identificado como Thiago Mayson da Silva Barbosa, de 28 anos, aluno de mestrado de Matemática da UFPI, disse que conhecia a vítima e que eles já teriam “ficado” em outras ocasiões.

O suspeito também teria alegado que ambos estavam em uma festa na UFPI e que, por volta das 2h, ele teria convidado a jovem para ir a um corredor. Os dois teriam ido então até uma das salas de aula onde, segundo o depoimento de Thiago, eles “praticaram sexo consensual”. O homem informou ainda que após a prática sexual a vítima teria ficado desacordada.

Thiago afirmou que teria permanecido ao lado do corpo de Janaína durante a madrugada e que, por volta das 9h, ele solicitou socorro à segurança da universidade, que levou a jovem até o hospital, onde a morte da estudante foi confirmada.

SUSPEITO PERMANECE PRESO
Apesar da versão apresentada pelo suspeito, o diretor do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Francisco Baretta, afirmou que o caso em questão é um estupro. Thiago está preso preventivamente após passar por audiência de custódia neste domingo (29).

Baretta ainda informou que a jovem foi violentada em uma sala do Programa de Pós-Graduação em Matemática, no Centro de Ciências da Natureza (CCN) da UFPI. No local, foram encontrados uma mesa e um colchão com vestígios de sangue. Os materiais foram apreendidos.

Em nota, a UFPI lamentou o ocorrido e informou que o evento não tinha autorização para acontecer. A instituição também declarou que o reitor determinou a instauração de um processo administrativo para apurar os fatos.

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