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Padre é criticado por falar mal do presidente Jair Bolsonaro

Sacerdote chegou a dizer que Bolsonaro "se diz cristão, mas não prova ser"

Paulo Moura - 19/07/2021 14h17 | atualizado em 19/07/2021 16h34

Padre Lino Allegri foi afastado após discussão com apoiadores de Bolsonaro Foto: Reprodução

O padre italiano Lino Allegri, de 82 anos, foi afastado temporariamente da Igreja da Paz, em Fortaleza (CE), após causar revolta em parte dos fiéis locais por fazer críticas ao presidente Jair Bolsonaro e à condução do governo federal na pandemia de Covid-19 no Brasil. As declarações do sacerdote motivaram, inclusive, atos contra ele em uma missa no início do mês.

A decisão, que teria partido da paróquia da qual Allegri faz parte, foi tomada depois que protestos se intensificaram contra o padre. Na missa que causou a polêmica, celebrada no dia 4 de julho, o líder religioso afirmou durante a homilia que Bolsonaro se dizia cristão, mas não provava que realmente era.

– Nós estamos passando por este momento em que já tivemos mais de meio milhão de mortos, e a pessoa que está no cargo máximo do país se diz cristão, mas não prova ser – afirmou o padre.

Na mesma celebração, o padre Allegri ainda chegou a declarar que Bolsonaro havia comungado para “a sua própria condenação” na missa da qual o líder participou no dia 1° de julho, em Brasília, pois o presidente seria “indigno no sentido de não existir [nele] amor ao próximo”.

– Vocês viram que, na semana passada, o presidente foi a uma celebração comungar. Eu acho que ele comungou a sua própria condenação, porque há uma passagem na Bíblia que fala que quem comer o pão ou beber o cálice do Senhor de maneira indigna, come e bebe para sua própria condenação. E ele [Bolsonaro] é indigno no sentido de não existir [nele] amor ao próximo – disse o padre.

APOIADORES DO PRESIDENTE VÃO À MISSA E FAZEM CRÍTICAS AO PADRE
Na manhã de domingo (18), diversos fiéis mostraram apoio ao presidente Jair Bolsonaro durante a missa celebrada na Igreja da Paz. A celebração, que começou às 8 horas, ocorreu já sem a presença do padre Lino Allegri. Dentro do templo, alguns dos presentes chegaram até a usar camisas com a inscrição “Bolsonaro 17”.

Um dos presentes na celebração foi o coronel Ricardo Bezerra, forte crítico de Lino Allegri. Na opinião dele, o vigário virou um “padre proselitista”. Ainda na igreja, durante a manhã, Bezerra publicou um vídeo nas redes sociais em que manifestou repúdio ao “proselitismo político em nossas Igrejas” e pediu um “basta ao clero progressista e à Teologia da Libertação”.

– Esse negócio da doutrina dos oprimidos, isso tudo não é para ser praticado aqui. Ele ainda está desrespeitando as autoridades constituídas da nação. O Padre peca com isso. Vai perder muitos fiéis se continuar nessa linha – ressaltou Bezerra.

A Teologia da Libertação, citada por Bezerra, é uma vertente religiosa que ganhou força no interior da Igreja Católica, na década de 1960. O movimento acredita na interpretação dos ensinamentos de Jesus Cristo como libertadores de injustas condições sociais, políticas e econômicas. A teoria, porém, enfrenta forte oposição de diversos setores das igrejas, sendo criticado e acusado de deturpar o caminho divino e de adotar o marxismo como base ideológica.

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