Monique Mello - 15/03/2021 17h17 | atualizado em 16/03/2021 10h09

Neste domingo (14), o pároco da Catedral da Sé, em Fortaleza, o padre Clairton Alexandrino, deu uma declaração durante a Santa Missa e foi aplaudido pelos presentes.

– Eu não sei o que vai acontecer comigo. Podem até me prender, mas eu não vou dizer a ninguém que não entre na igreja. Enquanto eu estiver com a minha consciência, eu não vou fechar a igreja e impedir as pessoas de rezarem aqui – declarou.

A capital cearense está em em isolamento social rígido, o chamado lockdown, desde o dia 5 de março, decretado pelo prefeito Sarto Nogueira (PDT).

Cerca de 300 fiéis, o que corresponde a 6% da capacidade total da Catedral, compareceram à missa de forma presencial, cumprindo os protocolos sanitários. Também havia voluntários ou servidores da paróquia orientando os frequentadores da missa sobre as normas adotadas.

Padre Clairton disse que a fonte do ânimo para exercer seu ministério é a fé das pessoas que o procuram.

– Ontem celebrei o matrimônio de um casal que está aqui presente; há dez dias, celebrei outro. Há trinta dias, foi outro. As pessoas querem rezar. Essa fé me anima a ser padre […] Eu não sou responsável pela saúde das pessoas. Sou responsável por levar as pessoas a Deus – disse.

De acordo com o sacerdote, manter as igrejas fechadas é um fato inédito.

– No que depender de mim, eu não vou fechar. Rezem por mim, porque eu não sei o que pode acontecer comigo – pediu.

São Vicente, Nossa Senhora de La Salete e Nossa Senhora das Graças são algumas das paróquias que também estão mantendo as portas abertas.

A liturgia da missa deste domingo (14) trouxe uma mensagem do Evangelho de João:

O julgamento é este: a luz veio ao mundo, mas os homens preferiram as trevas à luz, porque suas ações eram más. Quem pratica o mal odeia a luz e não se aproxima da luz, para que suas ações não sejam denunciadas. Mas quem age conforme a verdade aproxima-se da luz, para que se manifeste que suas ações são realizadas em Deus. (João 3:19)

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