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Oficial da PM é alvo de racismo durante palestra online

Tenente-coronel Evanilson Corrêa de Souza falava sobre programa de combate ao racismo quando foi atacado

Pleno.News - 10/02/2021 21h48 | atualizado em 11/02/2021 10h21

Tenente-coronel Evanilson Corrêa de Souza Foto: Reprodução

O tenente-coronel Evanilson Corrêa de Souza, da Polícia Militar (PM) de São Paulo, foi alvo de ofensas racistas durante sua palestra em um curso online nesta terça-feira (9). Duas pessoas invadiram a apresentação, rabiscaram mensagens com termos racistas, que também foram replicadas no chat da sala com todos os participantes. Um boletim de ocorrência foi registrado sobre o caso.

Souza coordena o Programa de Combate ao Racismo da PM de São Paulo e participava da 1ª edição do Curso de Segurança Multidimensional nas Fronteiras, realizado pelo Instituto de Relações Internacionais da USP (IRI-USP) em parceria com a Universidade Presbiteriana Mackenzie e com o Ministério da Justiça e Segurança Pública. O curso está sendo ministrado para mais de 2 mil alunos de todos os estados e países vizinhos.

O IRI-USP informou em nota que, nesta terça-feira, Souza foi recebido para uma exposição sobre o programa que coordena e sobre os desafios para o combate ao racismo no contexto da atividade policial. “Às 17:26h, um usuário começou a hostilizar o palestrante com termos racistas, chegando inclusive a tomar o controle da apresentação e rabiscar tais termos na tela compartilhada com todos os participantes. Também aparece no chat, às 17:30h, um outro usuário disparando injúrias racistas e foi retirado da sala pela nossa equipe”, disse o instituto.

Uma denúncia foi feita ao diretor do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), da Polícia Civil, e o registro da ocorrência foi feito no 14º DP (Pinheiros). “A Diretoria do IRI-USP manifesta repúdio a todo e qualquer ato de injúria racial que fere os princípios constitucionais da honra e dignidade da pessoa humana que balizam a parceria com a REDPPOL e as demais instituições parceiras”, declarou em nota. REDPPOL é a sigla para Rede Interamericana de Desenvolvimento e Profissionalização Policial de quem partiu a iniciativa para a realização do curso.

Em nota, a PM disse que “repudia veementemente os ataques com ofensas raciais e mensagens de ódio” dirigidos ao oficial da corporação. “Como membro do grupo revisor do Manual de Direitos Humanos da Polícia Militar do Estado de São Paulo e profundo conhecedor da matéria, o tenente-coronel Souza foi convidado pela organização do curso para, justamente, expor o programa da PMESP de combate ao racismo quando, logo no início da exposição, sofreu ataque cibernético que comprometeu desenvolvimento do trabalho”, apontou.

O Estadão mostrou em dezembro que o tenente-coronel Evanilson Corrêa de Souza se tornou o responsável por rever os procedimentos da PM paulista para combater o racismo nas ruas do estado. Souza foi designado para o grupo de trabalho que está reformulando o manual de direitos humanos da corporação.

“O procedimento operacional será claro: o racismo não será tolerado”, disse na oportunidade o oficial.

O ataque racista foi comentado pelo presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, em suas redes sociais.

A #FogoNosRacistas não subirá, não haverá artigos indignados na mídia nem protestos do movimento negro. Para essa gente, vidas negras negras importam só quando se trata de bandidos e militantes. Minha total solidariedade ao PM e repúdio ao ataque racista! – escreveu Camargo.

*Estadão

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