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“O tio me machuca”, disse Henry ao pai cinco dias antes da morte

O menino relatou, em videochamada com o pai, a avó e a babá, que o padrasto, o vereador Dr. Jairinho, o machucava

Paulo Moura - 09/04/2021 11h25 | atualizado em 09/04/2021 12h15

Henry Borel tinha apenas 4 anos Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal

Cinco dias antes de morrer, o menino Henry Borel, de 4 anos, chegou a relatar, em uma videochamada de celular com o pai, Leniel Borel, a avó materna, Rosângela Medeiros, e a babá, Thayná Ferreira, que o “tio” o machucava. O “tio” ao qual o pequeno se referia era o médico e vereador Jairo Souza, o Dr. Jairinho (sem partido).

A chamada de celular com Henry foi feita no dia 3 de março. Na presença da avó e da babá, o menino repetiu na frente de todos: “O tio machuca”.

Jairinho e a mãe da criança, Monique Medeiros, foram presos na quinta-feira (8) e serão indiciados pela Polícia Civil por homicídio duplamente qualificado. Durante a ligação, Leniel contou que percebeu que o filho estava triste.

– Ele atendeu todo tristinho. Eu perguntei o que houve. Ele me disse: “Papai, eu não quero ficar na casa nova da mamãe”. Eu perguntei o que tinha acontecido, e ele respondeu: “O tio me machuca”. Ele estava perto da avó e da babá. Aí eu disse: “Vocês estão vendo aí que não é coisa da minha cabeça? Vocês não falam que sou eu que estou manipulando o Henry para falar isso?” – lembra Leniel.

O pai da criança também disse não entender por que Monique e a mãe dela mentiam para ele sobre o que acontecia com o garoto. Segundo Leniel, a relação com a ex-sogra era de confiança e amizade, porém, segundo o engenheiro, Rosângela dizia que Henry se comportava de maneira estranha por conta da casa nova.

– Durante a ligação (por mensagem do WhatsApp), Dona Rosângela (avó materna) disse: “Leniel, esquece isso. O Henry é muito inteligente! Ele está fazendo isso por causa da nova casa, pois ele não quer ficar lá. Inclusive a Thayná está do meu lado e disse que ela fica com o Henry o dia inteiro e só sai quando a Monique chega. Quando a Monique chega, ela dorme com ele” – recorda o pai de Henry.

Leniel, então, passou a examinar o corpo do menino e a puxar assunto com o filho, querendo saber se havia algo errado na casa do casal. No sábado, dia 6, dois dias antes da morte da criança, Leniel percebeu que o menino tinha um arranhão no nariz e chegou a questionar o filho sobre o que tinha acontecido.

– Perguntei a ele o que era aquilo. Ele me respondeu: “Papai, eu não sei”. Hoje eu acho que ele foi coagido a não falar o que acontecia lá. Ele pode ter sido coagido – completou Leniel.

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