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O que se sabe sobre o caso do menino que matou mãe e irmão

História do adolescente que atirou nos pais por ter celular confiscado chocou o Brasil

Thamirys Andrade - 22/03/2022 14h40 | atualizado em 22/03/2022 16h03

Família vivia no Sertão da Paraíba Foto: Arquivo Pessoal

O caso de um adolescente de 13 anos que matou a tiros a própria família chocou pessoas em todo país. Utilizando a arma do pai, que é policial reformado, o garoto tirou a vida da mãe, de 47 anos, do irmão mais novo, de 7 anos, e deixou o patriarca, de 57, gravemente ferido.

O crime foi registrado no último sábado (19) e ocorreu na casa da família, em Patos, no Sertão da Paraíba. Confira as informações que há sobre o caso até o momento.

MOTIVAÇÃO
De acordo com a Polícia Civil, o menino admitiu ter cometido o ato infracional. Ao ser questionado sobre a motivação por trás dos crimes, o adolescente relatou que se sentiu irritado após os pais tirarem seu celular como castigo.

Segundo o relato do menino, ele sentia-se constantemente pressionado a tirar boas notas. Para isso, ele era impedido de conversar e jogar com os amigos.

O garoto considerou a “gota d’água” seu pai confiscar novamente o seu celular como punição, no último sábado.

COMO OCORREU O CRIME
Conforme reconstituição da polícia, o pai do adolescente deixou a casa logo após aplicar o castigo ao menino e foi até a farmácia comprar um remédio para a esposa. Durante a sua ausência, o filho teria pegado a arma que o pai guardava em casa e, com ela, matado a mãe enquanto ela estava deitada.

Ao retornar para casa, o homem encontrou a esposa morta, o filho mais novo em desespero e o mais velho com o revólver nas mãos.

O pai chegou a pedir ao adolescente para que ele jogasse o revólver fora. No entanto, o garoto disparou contra o tórax do patriarca.

Diante da cena de terror, o filho caçula correu para abraçar o pai, mas acabou baleado pelas costas. A criança não resistiu e morreu no local, assim como a mãe.

Segundo o delegado Renato Leite, responsável pelo caso, o adolescente guardou a arma no lugar onde ela costumava ficar e acionou o SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência).

ESTADO DE SAÚDE DO PAI
Única vítima sobrevivente, o pai foi levado até o Hospital Regional de Patos e depois transferido para o Hospital de Emergência e Trauma de Campina Grande.

De acordo com o cirurgião geral Caio Guimarães, o paciente se encontra paraplégico e não consegue sentir os membros inferiores. Para os profissionais da saúde, ainda não está claro se a sequela será permanente ou poderá ser revertida.

A situação clínica do homem é grave, porém, estável. Ele não está entubado, se encontra consciente e orientado.

ONDE ESTÁ O ADOLESCENTE
Inicialmente, o garoto foi considerado pelas autoridades como vítima de uma chacina. Diante do andamento das investigações, contudo, ele passou a ser apontado como suspeito.

O menino foi levado à carceragem da Polícia Civil de Patos e posteriormente transferido para o Centro Especializado de Reabilitação de Sousa, onde permanece atualmente. A unidade também fica localizada no sertão da Paraíba.

ÁUDIO DO DEPOIMENTO VAZADO
O depoimento prestado pelo garoto à Polícia Civil sofreu um vazamento e veio à público nesta segunda-feira (21). Em formato de áudio, o material possui cerca de seis minutos e meio. Nele, o adolescente admite ter sido o responsável pelos atos infracionais e detalha como ocorreram os crimes.

Como resultado, a corregedoria da Polícia Civil da Paraíba informou que irá investigar o vazamento. O delegado-geral da Polícia Civil da Paraíba, André Rabelo, disse que o próprio responsável pelo caso, delegado Renato Leite, explicou ter cometido um erro “não doloso”, ou seja, acidental, que ocasionou o escape do conteúdo.

Conforme relato de Leite, ao enviar algumas informações, o policial teria mandado junto, por engano, o áudio com as declarações do menino. Para o chefe da Polícia Civil da Paraíba, o erro não minimiza o trabalho da investigação.

– A corregedoria está com o caso e eventuais crimes vão ser investigados. Se precisar, vai haver responsabilização dos envolvidos – frisou a entidade.

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