Ana Luiza Menezes - 17/04/2019 23h29 | atualizado em 18/04/2019 12h27

A grande arrecadação de doações em prol da restauração da Catedral de Notre-Dame, em Paris, provocou críticas de brasileiros nas redes sociais. Usuários compararam a ação de milionários europeus com os ricos do Brasil que não se mobilizaram para ajudar o Museu Nacional, no Rio de Janeiro.

O monumento da capital da França foi devastado pelas chamas na última segunda-feira (15). Contribuições viabilizaram a arrecadação de R$ 2,6 bilhões em menos de um dia após o ocorrido.

Já o museu, situado na Zona Norte do Rio, destruído pelo fogo em setembro do ano passado, conseguiu apenas R$ 1,1 milhão em doações para sua reconstrução.

– Essa onda de solidariedade na França me deixa agradavelmente surpreso e me dá esperança de que aqui também os milionários brasileiros façam doações. Estamos precisando muito – disse o diretor do Museu Nacional, Alexander Kellner, ao jornal O Dia.

A maior parte da ajuda recebida pelo museu veio de fora do Brasil. Os maiores doadores foram o governo alemão, com cerca de R$ 800 mil, e o consulado da Inglaterra, com R$ 150 mil. Além disso, 90% do valor arrecadado veio do apoio de pessoas físicas. As ajudas de empresas somaram apenas R$ 15 mil.

Já na França, para a catedral, grandes grupos como o conglomerado de moda LVMH doou o equivalente a R$ 890 milhões, e o Kering enviará uma soma que corresponde a R$ 445 milhões. Além deles, estão outros grandes doadores como a família Pinault, que controla a grife Gucci, que ajudará com R$ 439 milhões, e a brasileira Lily Safra, que enviou um cheque de R$ 88 milhões à Paris.

No Brasil, o Museu Nacional, administrado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), aguarda ainda a possibilidade de uma grande ajuda da Alemanha. A meta é alcançar R$ 100 milhões para a reconstrução.

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