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No Rio, médica é agredida por reclamar de festa clandestina

Caso aconteceu na Zona Norte da cidade

Ana Luiza Menezes - 01/06/2020 17h45 | atualizado em 01/06/2020 17h48

No Rio, médica foi agredida por reclamar de festa clandestina Foto: Arquivo Pessoal

No Rio de Janeiro, a médica anestesista Ticyana Azambuja, de 35 anos, foi agredida por cinco homens após reclamar do barulho de uma festa perto de sua casa, no bairro do Grajaú, Zona Norte da cidade. Como resultado, há dois dias ela está com a mão e perna direitas enfaixadas.

– Eles me enforcaram a ponto de eu desmaiar, me chutaram, deram vários tapas na minha cara, pisotearam minhas duas mãos e quebraram meu joelho – contou.

Ela teve que parar de trabalhar. Antes de ser agredida, Ticyana estava atuando na linha de frente contra a Covid-19 no hospital de campanha da Lagoa e também no Hospital Universitário Pedro Ernesto (Hupe).

A médica explicou que ligações que ela e vizinhos fizeram para a polícia, a respeito da festa, não adiantaram.

– Essa festa já acontecia antes da epidemia, mas só a noite. Agora, é durante o dia. Eles param os carros na calçada, de forma irregular, fazem xixi no meio da rua, deixam garrafa de cerveja espalhada – disse.

Ela foi ao local da balada ara reclamar do barulho e acabou sendo alvo de piada por parte dos participantes. Foi então que Ticyana quebrou o retrovisor e riscou o para-brisa de um Mini Cooper. Os agressores chegaram e ela não teve como se defender.

– Eu sai correndo, mas eles vieram atrás e me agarraram em frente ao Hospital Italiano. Fu arrastada de volta para o portão da festa, com eles me agredindo. Teve um momento em que um deles disse ‘pega o carro, que vamos dar sumiço no corpo dela’. Nessa hora, eu gritei desesperadamente – relatou.

Uma frequentadora da festa e dois vizinhos decidiram intervir para que a agressão parasse. A médica afirmou que o dono do carro afirmou ser policial.

Azambuja usou o Facebook para expor o caso e decidiu deixar o local onde morava. A publicação teve muitos comentários e reações. O número de compartilhamentos passou de 10 mil.

Após ter sido atendida no Hospital Rios D’Or, na Freguesia, na Zona Oeste do Rio, Ticyana, falou sobre os ferimentos, o trauma e a perda da fé na humanidade.

– Eu estou cheia de hematomas pelo corpo, com o pescoço machucado e à base de remédios, porque toda hora me lembro do momento em que fui puxada pela rua. (…) Falar foi a forma que encontrei de achar proteção. Se acontecer alguma coisa comigo, as pessoas já vão saber quem foi. Foi crueldade demais o que eu sofri, eu perdi a fé na humanidade. Eu estou com muita desesperança – afirmou.

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