Pacientes morrem à espera de hospitais de campanha no RJ
Entrega das unidades de saúde estão atrasadas há 19 dias
Gabriela Doria - 20/05/2020 14h50 | atualizado em 20/05/2020 16h03
A entrega dos setes hospitais de campanha do estado do Rio de Janeiro completa, nesta terça-feira (20), 19 dias de atraso na inauguração. Enquanto a promessa do governador Wilson Witzel é quebrada, pacientes morrem nas filas de hospitais superlotados.
Se já estivessem funcionando, as setes unidades provisórias de saúde conseguiriam atender a todos que estão na lista de espera para uma vaga hospitalar. Os hospitais de campanha oferecem 1,3 mil leitos, sendo 517 em unidades de terapia intensiva. Atualmente, o estado possui 611 pessoas aguardando por vagas, das quais 327 precisam de UTI.
Somente o Hospital de Campanha do Maracanã, na Zona Norte do Rio, está funcionando, assim com apenas 50% de sua capacidade total.
A empresa responsável pela gestão dos hospitais de campanha, a Organização Social Instituto de Atenção Básica e Avançada à Saúde (Iabas), já recebeu do governo do estado R$ 256 milhões pelo serviço não realizado. O valor total do contrato é de R$ 770 milhões.
A Iabas é alvo de investigação na Operação Lava Jato e também pelo Ministério Público Federal, que apontou irregularidades financeiras.
O QUE DIZ A IABAS
Em nota, a Iabas afirmou que o governo do estado não ofereceu condições suficientes para o cumprimento dos prazos e que tenta entregar os hospitais o mais rápido possível.
Sem citar quais problemas enfrenta, a Iabas disse ainda que a rapidez para cumprir o serviço só será possível caso “não nos atrapalhem mais”.
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