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No carnaval, alerta com os golpes de estacionamento

Em tempo de feriado prolongado com passeios e turismo, esteja sempre em alerta

Mayara Macedo - 28/02/2019 15h13 | atualizado em 28/02/2019 18h36

Estacionamento da Praia das Conchas e Ilha do Japonês, em Cabo Frio (RJ) Foto: Prefeitura de Cabo Frio

Com o carnaval se aproximando, as cidades de praia ficam mais visadas e, portanto, mais cheias. É na alta temporada que o comércio desses locais lucram mais, porém, o número de golpes cresce junto, principalmente onde há muitos turistas.

A carioca Heloísa Helena foi vítima de um golpe de estacionamento em Cabo Frio, cidade da Região dos Lagos, no Rio de Janeiro. Ela deixou seu veículo recém comprado no único estacionamento que dá acesso à Praia das Conchas e Ilha do Japonês. Ao final da tarde, quando retornou para buscar o carro, notou que tudo o que havia dentro de seu veículo tinha sido roubado.

Heloísa não foi a primeira a passar por essa situação neste estacionamento, que é privativo. Segundo ela, outras cinco pessoas tiveram o mesmo problema por lá. Quando perguntou aos funcionários do local sobre a responsabilidade de vigiar os carros, eles alegaram ser responsáveis apenas pelo solo.

– A informação do gerente é que há uma quadrilha no local que desarma o alarme do carro. E na semana passada cinco carros estiveram na mesma situação. É uma coisa repetitiva que acontece naquele local, eles têm ciência e nós não fomos avisados de nada.

O Pleno.News procurou o dr. André Oliveira, advogado especialista em direito do consumidor, para explicar quais medidas devem ser tomadas em circunstâncias como esta.

– Em estacionamentos privados, a empresa tem total responsabilidade de responder por qualquer dano ao veículo. Não faz sentido ser responsável apenas pelo solo. Você contrata um serviço de estacionamento não apenas pelo espaço. Se alguém está cobrando para que você possa deixar seu carro ali, essa pessoa deve se responsabilizar por seu veículo. O dever da prestadora de serviço é guardá-lo, integralmente – explicou dr. André.

Heloísa foi vítima de golpe em um estacionamento famoso no Rio de Janeiro

Veja quais são os golpes de estacionamento mais comuns e como evitá-los:

INTERCEPTOR DE ALARME
Acontece da seguinte forma: o motorista ativa o alarme para travar o carro, porém, o golpista possui um interceptor que, quando ativado, não permite que o carro seja, de fato, travado. Dessa forma, ele pode entrar no veículo e furtar os itens de valor.

Descobrir quem tem esse interceptor é quase impossível. Por isso, a melhor maneira de não correr esse risco é não deixar nada de valor dentro do carro.

SEGURAR A MAÇANETA
Outra forma que os golpistas usam para impedir que o carro seja trancado é segurando a maçaneta sem que o dono do veículo perceba. Normalmente, eles se posicionam do lado oposto do motorista para praticar a ação.

A dica é sempre verificar se todas as portas estão travadas e observar se há alguém próximo ao veículo.

FLANELINHAS SEM AUTORIZAÇÃO
Segundo o especialista, confiar em flanelinhas é se colocar em situação de risco, porque você estará deixando seu carro com alguém não identificado. Caso você não queira pagar o flanelinha porque sabe que ele não tem autorização para guardar seu carro, a primeira medida a ser tomada é contactar a polícia e a prefeitura para avisá-los da ação dessas pessoas que cobram o estacionamento de forma ilegal. O indivíduo que se passa por flanelinha, mas não tem autorização para isto, está cometendo crime. Nesses casos, o município não terá qualquer responsabilidade, caso aconteça algo com seu veículo. O certo a fazer é denunciar.

ALTERAÇÃO DE VALORES
Não é difícil encontrar flanelinhas que cobram preços diferentes para quem quer estacionar o carro ou que mudam o valor do “serviço” de um dia para o outro. Tanto em estacionamentos privados como públicos, não pode haver distinção de valores, a não ser que haja algum tipo de lei que estabeleça exceções para que haja essa diferenciação. Um exemplo é o valor cobrado para moradores locais que, geralmente, pagam menos que o turista. É necessário que haja um preço padrão para todos aqueles que vão usufruir daquele serviço.

Em estacionamentos privados, a empresa pode cobrar o preço que quiser, desde que estabeleça um padrão e não o altere, aleatoriamente. Nos públicos, a própria prefeitura já tem um preço fixo, que é o que deve ser pago, independente do que o flanelinha cobra. Quem se sentir lesado em ambos os tipos de estacionamento, pode e deve denunciar também.

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