No 1º mês do ano, cidades em SP estão sob emergência por dengue
Vinte e um municípios estão em alerta já nas primeiras semanas de 2025
Pleno.News - 13/01/2025 15h27 | atualizado em 13/01/2025 15h55

O ano de 2025 começa com sinal de alerta ligado em São Paulo: mais de 18 mil casos prováveis de dengue já foram registrados no estado neste ano. Até o momento, 21 municípios paulistas decretaram emergência de saúde pública: Dirce Reis, Espírito Santo do Pinhal, Estrela D’Oeste, Glicério, Guarani D’Oeste, Igaratá, Indiaporã, Jacareí, Marinópolis, Mira Estrela, Ouroeste, Paraibuna, Populina, Potirendaba, Ribeira, Rubinéia, São Francisco, São José do Rio Preto, São José dos Campos, Tambaú e Tanabi.
Desses, Glicério tem a situação mais crítica. Com uma população de 4.084 habitantes, o município contabiliza 78 casos confirmados de dengue neste ano, de acordo com dados do Núcleo de Informações Estratégicas em Saúde da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES-SP). Em todo o ano passado, foram 90 notificações.
A prefeitura está realizando nebulização nas ruas e visita às residências para limpeza e bloqueio de focos do Aedes aegypti, e ampliou a quantidade de leitos para o atendimento de pessoas com a doença.
Segundo Lidiane Beirassol, enfermeira da Vigilância Sanitária Epidemiológica, a região teve um “aumento expressivo” de casos e os agentes de combate às endemias têm enfrentado dificuldades para realizar seu trabalho.
A segunda maior proporção de casos aparece em Turmalina. A cidade de 1.640 habitantes já contabilizou 42 registros da doença em 2025, segundo a prefeitura. Para se ter ideia, em todo o ano de 2024, foram 103 ocorrências.
De acordo com a administração, a secretaria de Saúde do município está em contato com o Grupo de Vigilância Epidemiológica (GVE) do estado para averiguar a necessidade de decretar emergência, medida que permite agilizar a definição e implantação de ações de combate à doença.
NOVO SOROTIPO PREOCUPA
O infectologista Antonio Bandeira, consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), explica que é comum observar um aumento nos casos de dengue durante o verão. No entanto, ele destaca que esse crescimento geralmente ocorre a partir de fevereiro ou março. Por isso, o médico considera incomum o aumento de casos já em janeiro.
Ele ressalta, porém, que é cedo para afirmar se o quadro deste ano será tão grave quanto o do ano passado, quando foi registrado o recorde histórico. Segundo Bandeira, é possível que o alto número de casos em 2024 tenha fornecido a uma parcela da população imunidade para alguns dos sorotipos da doença (são quatro ao todo: DENV-1, 2, 3 E 4), o que poderia restringir seu avanço.
Há, no entanto, uma diferença preocupante em 2025: a maior circulação do sorotipo 3.
– Faz tempo desde que o sorotipo 3 provocou números importantes de casos. Isso preocupa porque significa que um grande número de pessoas não teve contato com ele – explica.
Ao contrair dengue, a pessoa fica imunizada permanentemente para o sorotipo que causou a infecção, mas não para os outros, daí a doença poder ser contraída mais de uma vez.
*AE
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