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Nívea Soares fala sobre as vítimas de atirador de Goiânia

No texto, a cantora pede orações pelas crianças e pelos adolescentes

Gabriela Doria - 23/10/2017 20h37 | atualizado em 24/10/2017 11h09

Nívea Soares declarou que crime na escola é fruto da perda de valores Foto: Reprodução Facebook

Nívea Soares postou em sua rede social um texto emocionante sobre a dor das vítimas do ataque à escola em Goiânia. Na publicação, a cantora fala sobre a sociedade estar perdendo valores imprescindíveis para a convivência em comunidade. Nívea também faz comentários sobre a atual geração de crianças, revela que sofreu bullying e agradece a Deus por ter sobrevivido aos primeiros anos escolares.

Na última sexta-feira (20), uma jovem de 14 anos abriu fogo contra colegas de classe em uma escola em Goiânia. Dois meninos, ambos com 13, morreram e outras quatro vítimas ficaram feridas, sendo uma delas em estado gravíssimo. Por decisão da justiça, o atirador ficará internado por 45 dias em um centro para menores.

Confira o texto da cantora, na íntegra:
“Foi doloroso abraçar aqueles pais que perderam seu filho baleado por outro colega na sala de aula. Foi duro ver o choque e angústia da mãe, que já chorava sem ter lágrimas. No abraço, o peso da dor e das perguntas sem respostas. Tudo que a gente pôde foi chorar junto, compartilhar um pouquinho da imensa dor que os massacra por dentro. O que se viu naquela escola em Goiânia na sexta-feira, foi um reflexo de uma sociedade que está perdendo os valores imprescindíveis para a convivência em comunidade. Obra do diabo? Sim. Damos o direito pra ele agir quando quebramos valores que são base para que a sociedade permaneça de pé.

O garoto em questão, achou que a única solução pra seus dilemas interiores seria matar os colegas de classe. Fato é que matar quem está à nossa volta não muda aquilo que pensamos de nós mesmos. Ele é digno de nossa compaixão e orações assim como os pais e familiares enlutados.

Quem sou eu pra falar sobre o coração e realidade de outras famílias, mas temos visto uma geração de crianças que têm sido erroneamente treinadas para se tornarem emocionalmente frágeis. A vida se torna mais difícil quando não aprendemos a lidar com as frustrações que ela nos proporciona.

Na minha época de criança não se usava a palavra “bullying”. Eu era zombada por ser negra, por ser magrela e por ser crente. Fui ameaçada simplesmente por alguns coleguinhas “não irem com a minha cara”. Por causa da graça de Deus e da intervenção e sabedoria da minha mãe é que eu fui capaz de sobreviver aos primeiros anos de escola.

As palavras do pai do João durante seu enterro latejam dentro de mim: “pais, cuidem dos seus filhos”. Cuidar e amar também é corrigir. Frustrar as vontades e desejos desenfreados que as crianças têm. Conter as reações erradas e ensinar que é preciso respeitar o espaço de outros. Fácil? Nadinha! Só quem é pai e mãe sabem a dimensão do trabalho designado a nós.

Que Deus nos socorra, fortaleça e ajude! Mais difícil e duro que este trabalho é lamentar a vida marcada por erros irreversíveis cometidos pelos filhos. Vamos orar por nossas crianças e adolescentes. Vamos cobri-los, escondê-los da fúria do inimigo das nossas almas. Vamos ensiná-los no caminho. Oremos pelos pais de Goiânia”.

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