“Não vou chamar de doente”, diz delegada sobre anestesista
Segundo Barbara Lomba, não houve comprometimento do entendimento de Giovanni Quintella Bezerra
Pleno.News - 14/07/2022 17h30 | atualizado em 14/07/2022 18h00

Responsável pela prisão do anestesista Giovanni Quintella Bezerra por estupro de vulnerável, a delegada Barbara Lomba avalia que o médico tinha plena noção do que fazia ao atacar sexualmente uma parturiente no Hospital da Mulher Heloneida Studart, na Baixada Fluminense. A delegada, que é titular da Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam), de São João de Meriti, contou ao Estadão que também investiga o suposto excesso de sedativos administrados aos pacientes pelo profissional.
– Não vou dizer que ele é maluco. Para o direito penal é muito claro, não houve comprometimento do entendimento dele. Para uma pessoa ser inimputável, não basta ter uma doença mental, tem que estar comprovado que a doença comprometeu o entendimento da ilicitude. Não é o caso. Entendo que ele tinha discernimento pleno da ilicitude. Não vou chamar de doente – declarou a delegada.
Barbara contou que sua prioridade neste momento é ouvir as outras duas mulheres operadas no último domingo (10) e a própria vítima, a mulher que foi filmada.
– Mas não queremos pressionar, estamos indo com muita cautela, vendo o dia melhor, para não expô-la ainda mais – pontuou.
Sobre a equipe que estava presente na cirurgia que foi filmada, um dos médicos disse à delegada que chegou a estranhar a sedação administrada pelo anestesista.
– Aquela tinha sido a primeira cirurgia do obstetra e da pediatra com esse anestesista, não tinham estado com ele antes. Um deles falou que chegou a estranhar a sedação, mas confiou que o anestesista teria tomado a decisão por alguma razão específica. Além disso, eles ficam muito focados na criança e na mulher, como a gente pode ver no vídeo. Mas ainda vamos ouvir outros médicos que trabalharam com ele – informou Barbara.
De acordo com a delegada, a decisão das enfermeiras de filmarem o ato foi acertada, pois sem as imagens seria mais difícil.
– Houve a decisão de filmar, pois elas achavam que seria muito mais difícil se fosse só o depoimento delas. E seria mesmo, temos que admitir. O relato teria força, obviamente, era muito grave. Mas teria que haver toda uma apuração, haveria várias alegações da defesa – explicou.
















*Com informações da AE
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