Emerson Rocha - 11/01/2018 12h45 | atualizado em 11/01/2018 15h07

O Santander Cultural realizará duas novas exposições, que ficarão abertas por 120 dias. A empresa tratará de temas de diferença e diversidade sob a ótica dos direitos humanos, de acordo com termo de compromisso firmado com o Ministério Público Federal do Rio Grande do Sul (MPF/RS). O documento foi redigido após a polêmica envolvendo a Quuermuseu, em setembro do ano passado.

Segundo o MPF, houve um prejuízo à liberdade de expressão artística com o encerramento antecipado da mostra Queermuseu – Cartografias da Diferença na Arte Brasileira, no museu que fica no centro de Porto Alegre.

Na época, os responsáveis pela exposição foram acusados de fazer apologia à pedofilia, zoofilia e ofensas a símbolos religiosos. Com isso, houve o fechamento do local, 30 dias antes do previsto. O Ministério Público Federal fez uma investigação e concluiu que as acusações não eram reais.

As duas novas exposições, que serão patrocinadas pelo Santander Cultural, devem abordar a intolerância e o empoderamento feminino na sociedade atual. De acordo com o procurador regional dos Direitos do Cidadão (PRDC), Enrico Rodrigues de Freitas, as duas questões merecem ser debatidas.

– Ambas as temáticas são altamente relevantes nos dias de hoje. A intolerância, em especial quanto às questões de gênero e orientação sexual, está diretamente ligada ao encerramento precoce da “Queermuseu”. Então nada mais coerente do que debatê-la por meio de uma nova exposição – disse.

Ainda no termo de compromisso entre as duas partes, o Santander Cultural deverá informar ao público caso haja eventuais representações de nudez, violência ou sexo nas obras que serão expostas. O objetivo é assegurar proteção à infância e à juventude.

Caso o acordo não seja cumprido, a multa é de R$ 800 mil.

Leia também1 Redação da Fuvest fala sobre exposições de arte polêmicas
2 CPI veta condução coercitiva de curador da Queermuseu
3 STF libera condução coercitiva de curador da Queermuseu