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MPF diz que Picciani ganhou R$ 50 milhões em 5 anos

Dinheiro teria vindo de propina paga pela Fetranspor

Henrique Gimenes - 07/12/2017 15h14 | atualizado em 07/12/2017 16h51

MPF afirma que Picciani teria recebido pelo menos R$ 50 milhões da Fetranspor em 5 anos Foto: Agência Brasil/Fernando Frazão

O Ministério Público Federal (MPF) no Rio de Janeiro, denunciou, nesta quinta-feira (7), o presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, Jorge Picciani, e os deputados Paulo Melo e Edson Albertassi. Na acusação, enviada ao Tribunal Regional Federal da 2ª Região, os procuradores afirma que Picciani teria recebido pelo menos R$ 50 milhões em propina em um período de cinco anos.

Os parlamentares, que fazem parte do PMDB, foram acusados, junto a outras 16 pessoas, do crimes de corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Todos são investigados na operação Cadeia Velha, que apura o pagamento de propina no setor de transportes do Rio de Janeiro.

Entre os outros denunciados pelo MPF estão Felipe Picciani, filho de Picciani, Jacob Barata Filho, empresário do setor de transporte do Rio, José Carlos Lavouras, Lélis Teixeira, ex-presidente da Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro (Fetranspor) e José Carlos Lavouras, ex-conselheiro da federação, além de ex-executivos da Odebrecht.

Os valores que Jorge Picciani recebeu estão em uma planilha apresentada pelo Ministério Público que foi entregue pelo operador financeiro do esquema, o doleiro Álvaro José Novis. Ele era o intermediário dos pagamentos da Fetranspor. Segundo o órgão, o presidente da Alerj recebe propina desde os anos 90.

Segundo MPF, o deputado Edson Albertassi, além de outras acusações, teria recebido valores mensais da Fetranspor entre 2012 e março deste ano. Já Paulo Melo teria recebido falsas doações da Odebrecht para financiar sua campanha eleitoral.

Os deputados Jorge Picciani, Paulo Melo e Edson Albertassi atualmente encontram-se presos na Cadeia Pública em Benfica, Zona Norte do Rio de Janeiro.

Sobre a acusação, a Fetranspor afirmou que não conhece o teor de uma delação que se refere a fatos supostamente ocorridos na antiga administração e que está passando por uma reestruturação de seus membros. Diz ainda que “permanece à disposição das autoridades para prestar os esclarecimentos”.

A defesa do empresário Jacob Barata Filho informa que “não há qualquer evidência de distribuição ou recebimento de dinheiro ilícito em prol de qualquer agente público por parte do empresário”.

Já a defesa do ex-conselheiro da Fetranspor, José Carlos Lavouras, diz que “delações visam dar prêmios a criminosos confessos, que ficam impunes”. Afirma ainda que “delatores reiteradamente faltam com a verdade e induzem autoridades em erro. Por este motivo, tantas delações estão se revelando inconsistentes”.

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