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MP interdita oito barragens da Vale com risco de rompimento

Segundo os procuradores, mineradora teria conhecimento prévio dos problemas

Camille Dornelles - 12/02/2019 10h33 | atualizado em 12/02/2019 10h44

Tragédia em Brumadinho aconteceu no dia 25 de janeiro Foto: EFE/Yuri Edmundo

Nesta segunda-feira (11), o Ministério Público de Minas Gerais anunciou que ordenou a interdição de outras sete barragens da Vale, além da Barragem I da Mina do Córrego do Feijão, em Brumadinho, Minas Gerais.

O relatório do MP-MG afirma que todas elas apresentam riscos de rompimento e também acusa a mineradora de saber da instabilidade da construção desde outubro de 2018. Procuradores do órgão chegaram a essas conclusões após analisar documentos confiscados da empresa.

Todas barragens que apresentam riscos ficam em Minas Gerais. São elas: Menezes II, também em Brumadinho; Capitão do Mato, Dique B e Taquaras, em Nova Lima; e Forquilha I, Forquilha II e Forquilha III, em Ouro Preto.

A mineradora se manifestou, afirmando que “sua governança prevê autonomia e independência funcional. Portanto, em identificando qualquer cenário de risco, seja ele iminente ou não, tem o dever de agir dentro dos procedimentos previstos no Plano de Ação de Emergência de Barragens de Mineração”.

A empresa também divulgou informações sobre a retirada de 500 famílias próximo à construção de Barão dos Cocais, ocorrida na última sexta-feira.

COMUNICADO DA VALE SOBRE RETIRADA DE FAMÍLIAS
Durante esta semana, a Vale disponibilizará transporte para os acolhidos irem para o trabalho ou para as escolas da região. A Rede Pública Municipal ainda não iniciou o ano letivo.

Até as 16h deste domingo (10/2), 492 pessoas das quatro comunidades rurais de Barão dos Cocais – Socorro, Piteira, Tabuleiro e Vila do Gongo – foram registradas e acolhidas. Destas, 284 estão em seis hotéis e as demais em casas de parentes, respeitando suas escolhas. Todos os moradores saíram dessas comunidades.

As forças de segurança estão concentradas na Universidade Aberta do Brasil, no bairro Cidade Nova. A Vale colocou à disposição uma equipe multidisciplinar formada por psicólogos, assistentes sociais e médicos no Ponto de Atendimento na Escola Municipal Nossa Senhora do Rosário e nos hotéis.

Em relação aos animais, a Defesa Civil definiu um plano para atendimento e acolhimento, cuja prioridade neste momento é manter cerca de 1.500 animais alimentados. Essa tarefa vem sendo realizada por equipes da Vale, Defesa Civil, Polícia Ambiental e do Conselho Regional de Medicina Veterinária. Caso haja necessidade de remoção, esses animais serão levados para uma fazenda alugada pela Vale, que já está apta ao acolhimento. Também foram contratadas duas clínicas veterinárias.

Uma empresa especializada em análise de estabilidade inspecionou a barragem Sul Superior da Mina de Gongo Soco neste domingo. O trabalho foi acompanhado por equipes da Vale e da Agência Nacional de Mineração (ANM). Nos próximos dias, os dados coletados serão analisados. A partir das considerações dos consultores, a Vale tomará novas medidas, caso necessárias.

A Vale ressalta que a decisão de evacuação das áreas próximas à barragem de Gongo Soco foi uma medida preventiva e que seguirá apoiando a população acolhida até que a situação seja normalizada.

 

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