Ana Luiza Menezes - 11/08/2018 17h37

De acordo com o Grupo de Atuação Especializada em Segurança Pública do Ministério Público do Rio (Gaesp/MPRJ), Adriana Ancelmo, esposa do ex-governador Sérgio Cabral, teve regalias na prisão. Ela esteve no Complexo Penitenciário de Gericinó, entre os meses de dezembro de 2016 e março de 2017.

Em função do ocorrido, foi solicitado o afastamento da diretora da cadeia pública Joaquim Ferreira de Souza, Rita de Cássia Alves Antunes, por improbidade administrativa. Ela é apontada como responsável pelo privilégio recebido por Adriana.

Entre as vantagens o MP afirma que ela recebeu cestas de Natal e réveillon na cadeia. Na ocasião, um emissário de Cabral foi ao presídio para fazer a entrega. Após ser barrado por agentes penitenciários, o emissário retornou e teve sua entrada autorizada por um subcoordenador da unidade.

Pelas regras da penitenciária, esse tipo de favor é proibido. Porém, a ação se repetiu no dia 31 de dezembro do mesmo ano, quando outra cesta foi entregue à ex-primeira dama do estado do Rio de Janeiro.

Segundo o MP, outras irregularidades ocorreram na prisão depois da chegada de Adriana. A rotina da unidade prisional foi alterada, dando-se maior liberdade para a aquisição de produtos na cantina e permitindo-se acesso irrestrito. Desta forma, permitiu-se que presas de nível superior mantivessem celas abertas durante o réveillon, enquanto as demais presas continuaram trancadas.

Na ação civil pública, o órgão pediu o afastamento cautelar de Rita de sua função. Ela também pode ter a suspensão dos direitos políticos por um prazo de cinco a oito anos, além o pagamento de multa e o ressarcimento de danos morais suportados pela coletividade, em valor de pelo menos 100 salários mínimos.

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