MP denuncia seis pessoas por incêndio de prédio em SP
Tragédia em 2018 deixou sete mortos em edifício que estava abandonado
Paulo Moura - 01/10/2019 11h30 | atualizado em 01/10/2019 11h49






O Ministério Público de São Paulo denunciou seis pessoas pelo desabamento do edifício Wilton Paes de Almeida, em São Paulo, sob acusação de homicídio culposo e de causarem incêndio e desmoronamento. A tragédia deixou sete mortos e dois desaparecidos em 1° de maio do ano passado.
O prédio, no largo do Paissandu, na região central da cidade, estava ocupado por um grupo sem-teto. O edifício pegou fogo durante a madrugada e desabou. A Justiça ainda precisa aceitar a denúncia e só então os acusados passarão a responder processo.
Entre os denunciados, há coordenadores do Movimento Social de Luta por Moradia, grupo que organizava a invasão, e engenheiros da Prefeitura de São Paulo. Segundo a Promotoria, os líderes do movimento expuseram a perigo a vida, a integridade física e o patrimônio de outras pessoas ao cobrar e receber contribuições financeiras das vítimas e demais moradores do local.
Os promotores dizem ainda que o grupo fez ligações irregulares de energia elétrica e construiu tapumes para dividir as unidades ocupadas. Os moradores jogavam lixo no fosso do elevador, cozinhavam com álcool e usavam botijões de gás, aumentando o risco de incêndio.
O líder do grupo, Ananias Ferreira dos Santos, está com prisão decretada com base em outra investigação, que apura a atuação de movimentos de moradia na cidade. Ele é acusado de extorquir moradores com ameaças de violência. Já os engenheiros da prefeitura devem ser responsabilizados, diz o Ministério Público, por não interditarem o prédio. Um técnico da subprefeitura da Sé atestou que a estabilidade do prédio não estava comprometida.
*Folhapress
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