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Missionário relata experiência nos resgates em Brumadinho

"Ainda estou me recuperando psicologicamente da situação", declara Wesley Rocha Tenório

Virgínia Martin e Rafael Ramos - 12/02/2019 12h00 | atualizado em 18/02/2019 15h47

Membro da Igreja Batista no Jardim das Indústrias, em São José dos Campos, São Paulo, e atuando no campo missionário há 18 anos com a JOCUM (Jovens Com Uma Missão), Wesley Rocha Tenório foi um dos voluntários que ajudaram no resgate das vítimas de Brumadinho. Nesta terça-feira (12), a tragédia completa 19 dias e o número de vítimas subiu para 165 até o momento.

Responsável por ajudar na perícia dos corpos junto à Polícia Federal, Wesley relatou à equipe de reportagem do Pleno.News, que está acompanhando tudo em Brumadinho, como era o processo de retirada dos corpos e da identificação das vítimas.

– Do centro de Brumadinho à área da tragédia levava cerca de 45 minutos a uma hora de carro por conta de ser uma estrada de terra. Os bombeiros retiravam os corpos da lama e colocavam em uma rede que era levada de helicóptero até um ponto alto onde eu trabalhava. Dependendo da situação do corpo, nós tínhamos que mexer. O saco era aberto, fotografado pelo perito da polícia federal e civil e identificado com data e hora onde o corpo foi encontrado. Todo o processo era fotografado. Se chegava uma vítima com roupa de trabalho, era feita uma pequena busca para ver se encontrava algum tipo de identificação que facilitasse o processo no Instituto Médico Legal (IML).

O missionário, que também auxiliou os pilotos do helicóptero Águia, já trabalhou em catástrofes em outros países, como Haiti e Nepal, também na equipe de socorristas após os terremotos. Entretanto, Wesley diz que, por ser no Brasil, os dias foram de intenso desgaste emocional até para os legistas.

– Eu fazia capelania dos jovens brigadistas que estavam trabalhando na área e pude estar com eles o tempo todo. Ainda estou me recuperando psicologicamente da situação. São muitos corpos ou partes de corpos. Nosso trabalho contribuiu para deixar as famílias sepultarem seus entes queridos, mas é doloroso para todos nós – relembra Wesley, que contou com o apoio dos membros da Primeira Igreja Batista de Brumadinho, que montou um projeto para lavar as fardas dos bombeiros que trabalharam no resgate das vítimas.

* O Pleno.News está com equipe em Brumadinho.

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