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“Minha primeira reação foi choque total”, conta delegada

Barbara Lomba deu nova declarações sobre descoberta do estupro cometido por anestesista durante parto

Pleno.News - 18/07/2022 17h42 | atualizado em 18/07/2022 17h58

Delegada Barbara Lomba no momento da prisão de Giovanni Quintella Bezerra Foto: Reprodução/TV Globo

A delegada Barbara Lomba, da Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de São João de Meriti, deu novas declarações sobre a descoberta do estupro cometido pelo anestesista Giovanni Quintella Bezerra. Em entrevista ao jornal o Globo, Lomba revelou que sua primeira reação foi de choque.

O profissional de saúde foi preso em flagrante, na madrugada da última segunda-feira (11) por violentar uma paciente enquanto ela estava dopada e passava por uma cesariana em um hospital na cidade de São João de Meriti, na Baixada Fluminense, Rio de Janeiro.

– No domingo à noite, estava em casa, na folga. O chefe da minha equipe me procurou. Disse que tinham feito um vídeo de uma paciente no Hospital da Mulher, em São João de Meriti, que havia sofrido um abuso. Imaginamos que pudesse ser uma paciente num quarto e que alguém tivesse entrado. E que alguém tivesse visto e filmado. Já na delegacia, tive que olhar o vídeo mais de uma vez para entender. Não conseguia acreditar. É isso que estou vendo? Um médico dentro de um centro cirúrgico, uma paciente sedada, e aquela cena a que assistimos? A minha primeira reação foi um choque total. O comentário era que a gente nunca tinha visto aquilo. Foi, certamente, o pior caso que investigamos, em termos de violência, de imprevisibilidade – falou.

Barbara é filha de um casal de médicos. Segundo ela, a violência sofrida pela vítima do anestesista é “fora de qualquer imaginação”.

– Na mesma hora em que vi o vídeo, me lembrei da minha cesariana, quando meu filho nasceu, e eu não fui sedada. Foi a primeira coisa que me veio à mente. E, cada vez que vemos o vídeo, procurando detalhes, eu me transporto para aquele lugar. Inicialmente, achei que a sedação pudesse ter sido necessária. Conforme vamos ouvindo relatos, vendo que o médico fez o mesmo em outras cirurgias, nos deparamos com a sedação sendo um meio, um dos elementos da execução do crime. (…) Eu me identifiquei imediatamente com aquela mulher, me coloquei no lugar dela, pensei em todos os avanços e em tudo o que nós, mulheres, ainda sofremos. É mais uma violência. E essa violência é fora de qualquer imaginação. A vítima ali estava totalmente vulnerável, indefesa, confiando absolutamente naquelas pessoas, inclusive no agressor – disse ela.

O CASO
As suspeitas sobre Giovanni começaram após profissionais de saúde notarem que ele utilizava uma quantidade anormal de anestesia nas pacientes. Além disso, a equipe de enfermagem percebeu, em outros procedimentos, movimentações corporais incomuns feitas por ele durante as cirurgias. Com isso, a equipe resolveu colocar um celular para gravar o que Giovanni fazia.

Foi então que, na gravação que chegou aos policiais, o anestesista foi flagrado colocando o pênis na boca de uma paciente enquanto participava do parto dela. A delegada Barbara Lomba, que realizou a prisão, destacou a importância da atuação dos profissionais de saúde para que Giovanni fosse detido.

– É importantíssimo nós destacarmos a atuação de uma equipe de enfermagem do Hospital da Mulher aqui de São João de Meriti, cidadãos e profissionais de saúde exemplares, que notaram, em outras cirurgias, o movimento do corpo do médico, do autor do crime. E, para que houvesse uma prova, eles decidiram posicionar um telefone celular de uma forma que não se visse – ressaltou.

Além de responder pelo caso no qual foi flagrado na gravação em vídeo, o anestesista é investigado por dezenas de possíveis atos similares cometidos nas unidades em que trabalhou, entre elas o próprio Hospital da Mulher Heloneida Studart, onde a equipe de enfermagem conseguiu gravá-lo.

Na tarde da última terça (12), o médico teve sua prisão convertida de flagrante para preventiva. Ele passou por uma audiência de custódia realizada na cadeia pública José Frederico Marques, em Benfica, na Zona Norte do Rio, para onde foi levado no fim da tarde da última segunda (11).

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