Henrique Gimenes - 29/01/2019 17h11 | atualizado em 29/01/2019 17h30

Nesta terça-feira (29), dois engenheiros e outros três funcionários que prestaram serviço na barragem da mineradora Vale em Brumadinho, Minas Gerais, foram presos. Responsável pela ordem de prisão, a juíza Perla Saliba Brito considerou que a tragédia poderia ter sido evitada.

Na sexta-feira (25), uma barragem da empresa se rompeu e despejou um rio de rejeitos de minério e lama. As instalações da Vale e diversos imóveis em áreas rurais próximas ficaram soterrados. Até o momento, foram confirmadas 65 mortes, 288 desaparecidos e 192 resgatados.

De acordo com a magistrada, os dois engenheiros e um funcionário da Vale assinaram documento comprovando a estabilidade das barragens. No entanto, diz, a tragédia “demonstrou não corresponder o teor desses documentos com a verdade”.

Perla Saliba Brito aponta ainda que os “especialistas afirmam que há sensores capazes de captar, com antecedência, sinais do rompimento, através da umidade do solo, medindo de diferentes profundidades o conteúdo volumétrico de água no terreno e permitindo aos técnicos avaliar a pressão extra provocada pelo peso líquido”. Ela considerou que isso aponta que havia “meios de se evitar a tragédia”.

Após as prisões, a Vale informou que “está colaborando plenamente com as autoridades” e que “permanecerá contribuindo com as investigações para a apuração dos fatos, juntamente com o apoio incondicional às famílias atingidas”.

Os engenheiros detidos assinaram um laudo de que a barragem estava estável e segura. Eles irão responder por fraude em laudos técnicos. A Polícia Federal investiga se há irregularidades nos documentos da barragem.

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