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MG: Água usada na produção de cerveja estava contaminada

Informação foi divulgada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

Pleno.News - 15/01/2020 18h28

Água usada na produção de cerveja em MG estava contaminada, diz ministério Foto: Reprodução/Cervejaria Backer

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento informou, nesta quarta-feira (15), que inspeções feitas dentro da cervejaria Backer apontaram que água usada na produção da cerveja Belorizontina estava contaminada com a substância dietilenoglicol, proibida em alimentos. A substância foi encontrada no sangue de pacientes que apresentaram sintomas da síndrome nefroneural, que pode estar associada ao consumo da cerveja da marca.

Duas mortes já foram confirmadas e uma terceira está em investigação. A análise do ministério em amostras de produtos nos supermercados e nos tanques aponta que a contaminação ocorreu dentro da cervejaria.

– Conseguimos evidenciar que a água que tem contaminação com glicol estava sendo utilizada no processo cervejeiro. Não conseguimos informar como ocorre a contaminação dessa água gelada. Nenhuma hipótese é descartada até o momento – disse o coordenador-geral de Vinhos e Bebidas, Carlos Vitor Müller.

Entre as hipóteses investigadas, estão sabotagem, vazamento e utilização incorreta da substância, usada para resfriamento – mas que não poderia entrar em contato com a água usada na produção da cerveja.

Ainda segundo a pasta, resultados de análises mostram que o problema ocorre em vários lotes da marca da cerveja Belorizontina. Ou seja, a contaminação não estava restrita a apenas um tanque.

– Fizemos análise dos relatórios de produção desses lotes. E vimos que esses lotes não estavam restritos em um ou outro tanque de produção. E passamos a abordar essa possível contaminação como algo sistêmico e que possa ocorrer em etapa anterior à fermentação – afirmou o coordenador.

De acordo com a pasta, os controles de produção demonstram que “os lotes já detectados como contaminados passaram por distintos tanques, afastando a possibilidade de ser um evento relacionado a um lote ou tanque específico.” A empresa negou o uso do dietielenoglicol, mas afirmou que usava o monoetilenoglicol para resfriamento.

Segundo o ministério, notas de aquisição de insumos pela empresa que foram analisadas apontam um consumo elevado dessa segunda substância na cervejaria, que normalmente é utilizada em ciclo fechado nos processos de refrigeração, sem justificar tal consumo.

– Esse insumo normalmente não é consumido em volume elevado. A aquisição pode justificar a ampliação do parque fabril, ou alguma falha nesse produto, de forma que está gastando acima do esperado – disse Müller.

Foram adquiridas 15 toneladas do produto desde 2018, com picos de aquisição em novembro e dezembro. Diante do quadro, a pasta informou que irá manter o fechamento cautelar da cervejaria Backer por tempo indeterminado até que haja provas de que há condições seguras para produção.

Na última segunda-feira, a pasta intimou a cervejaria Backer a recolher do mercado todas as cervejas e chopes produzidos entre outubro de 2019 até a data atual. A ação passou a valer para o conjunto de produtos da marca, e não apenas para a cerveja Belorizontina.

A comercialização foi suspensa “até que seja descartada a possibilidade de contaminação de demais produtos”. Os produtos ainda estão sendo verificados. Análise em amostras das cervejas Belorizontina e Capixaba confirmaram a presença de monoetilenoglicol e dietilenoglicol.

Na semana passada, o ministério já havia realizado o fechamento cautelar da unidade Três Lobos da cervejaria em Belo Horizonte. Também foram apreendidos 139 mil litros de cerveja engarrafada, além de 8.480 litros de chope.

A Backer produz as seguintes marcas, que estão envolvidas no recall pedido pelo ministério: Belorizontina, Capixaba, Backer Pilsen, Backer Trigo, Backer Pale Ale, Backer Brown, Medieval, Pele Vermelha IPA, Bravo, Exterminador de Trigo, Três Lobos, Capitão Senra, Corleone, Tommy Gun, Diabolique, Pilsen Export, Bohemia Pilsen, Julieta, Backer Reserva do Proprietário, Fargo 46, Cabral e Cacau Bomb.

*Folhapress

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