Gabriela Doria - 13/03/2019 17h49 | atualizado em 13/03/2019 18h04

A merendeira Silmara Cristina Silva de Moraes, de 54 anos, foi responsável por proteger cerca de 70 alunos durante o ataque na Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano (SP), nesta quarta-feira (13). A funcionária contou ao G1 que usou uma geladeira e um freezer para bloquear a porta da cozinha onde as crianças estavam.

– Nós estávamos servindo merenda e aí começou os “pipocos” e as crianças entraram em pânico. Abrimos a cozinha e começamos a colocar o maior número de crianças dentro e fechamos tudo e pedimos para eles deitarem no chão. Foi muito desesperador, porque foi muito tiro, muito tiro mesmo e era muito pânico – disse Silmara, chorando.

Depois que os alunos entraram na cozinha, ela disse que precisou fechar a porta, porque os atiradores chegando ao local.

– Eles estavam próximos e a cozinha é rodeada de janela. A gente deitou no chão e nós não vimos nada, com medo que atirassem. Mas graças a Deus nada aconteceu com quem estava lá. Eu arrastei a geladeira e o freezer para fazer uma barricada e ficamos atrás. A mesa viramos e fizemos um escudo para proteger as crianças. Ficamos acuados em um canto só, se acontecesse alguma coisa ele ia pegar muita gente – lembra a merendeira.

TRAGÉDIA EM ESCOLA ESTADUAL
Na manhã desta quarta-feira (13), dois jovens abriram fogo dentro de uma escola estadual na cidade de Suzano, em São Paulo. Guilherme Taucci, de 17 anos, e Henrique de Castro, de 25, mataram oito pessoas e se suicidaram logo em seguida. Entre as vítimas estão cinco alunos, dois funcionários e um empresário local, que era tio de Guilherme.

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