Menino morre após inalar meio vidro de desodorante aerossol
Pai da criança atribui culpa a desafio da internet
Thamirys Andrade - 26/08/2022 15h35 | atualizado em 26/08/2022 15h47
Um menino de 10 anos morreu na noite desta quinta-feira (25) após inalar quase meio vidro de desodorante aerossol dentro de um guarda-roupa em sua residência, no Bairro Pirajá, em Belo Horizonte. Segundo o pai de João Victor Santos Mapa, 0 autônomo Fabiano Teixeira Santos, a criança cometeu o ato em razão de um desafio viral da internet.
– Ele gostava muito de internet e assistia aos vídeos na televisão. Eu peço para que todos olhem e tomem cuidados com seus filhos. A internet oferece muitas coisas boas, mas também tem coisas ruins (…). Hoje foi o meu filho, amanhã vai ser o de outro – alertou Fabiano, em entrevista ao jornal O Tempo.
De acordo com relato da mãe da criança feito à Polícia Militar, João Victor estava brincando com seus outros irmãos quando, próximo das 19h, ele desapareceu. Após buscarem por ele, os pais encontraram o garoto já desacordado dentro de um armário.
O Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) fez os primeiros socorros, mas o menino não resistiu. Seu corpo foi levado ao Instituto Médico-Legal, onde passará por perícia a fim de determinar a causa e circunstância da morte.
O desafio do desodorante se popularizou na internet por meio de vídeos e, em 2020, fez uma vítima em Aracaju, em Sergipe. Tratava-se de um menino de 12 anos, que foi a óbito após inalar um vidro inteiro do produto químico.
O ato é extremamente perigoso, pois a substância é levada pelas vias respiratórias até os pulmões, que por serem vascularizados, podem transportar o produto até a corrente sanguínea e chegar ao coração. O processo pode gerar parada cardíaca e a morte em questão de alguns minutos.
O produto é letal, pois possui alta quantidade de etanol e substâncias químicas antissépticas, como ácido clorídrico. Sua inalação pode destruir veias, além de provocar graves reações alérgicas. Segundo especialistas, o desafio do desodorante provoca uma sensação semelhante a do afogamento.
Em casos semelhantes, a vítima deve ser levada às pressas para uma unidade de saúde.
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