Menina abusada pelo padrasto filma estupro e faz denúncia
Abusos vinham acontecendo há mais de 6 anos
Gabriela Doria - 17/06/2021 15h22 | atualizado em 17/06/2021 16h19
Uma adolescente de 14 anos que era abusada pelo padrasto decidiu filmar o próprio estupro para comprovar a violência. De acordo com pessoas próximas, a situação vinha acontecendo há pelo menos seis ou sete anos, em Praia Grande, no litoral de São Paulo.
Cansada dos abusos, a jovem decidiu que só denunciaria o padrasto, de 44 anos, quando tivesse provas materiais do crime. A irmã mais velha da vítima contou que os abusos ocorriam desde os 7 anos da menina. Ela revelou também que o homem intensificou os abusos nos últimos meses. O criminoso é casado com a mãe delas há 12 anos.
– Minha mãe nunca falou sobre sexo com ela [a vítima]. Ela só foi entender o que estava acontecendo com 12 anos, na escola – disse a irmã da vítima ao G1.
Os estupros eram seguidos de ameaças e intimidações para que a menina ficasse em silêncio. O estuprador também tinha o hábito de pegar o celular da menina para que ela não filmasse a cena. No entanto, em um momento de descuido dele, a jovem conseguiu gravar os abusos. Isto só foi possível porque o homem não pegou o telefone, por achar que a menina estava dormindo.
Após gravar o abuso, ela mostrou as imagens à mãe e à irmã, que foram à Delegacia da Mulher de Praia Grande para registrar queixa.
– Ela [a mãe da vítima] não iria só acreditar em palavras; ela era muito apaixonada por ele [o padrasto das meninas]. Quando ela viu o vídeo, ficou paralisada – contou a irmã mais velha da vítima.
POSSUÍDO
Após a denúncia, a mãe das meninas confrontou o homem, que admitiu o crime, mas atribuiu os abusos a uma suposta possessão demoníaca.
– Minha mãe conversou com ele, chorando. Ele confessou para ela [o que fez] e falou que era tudo culpa do diabo. Disse que se arrepende, que espera que a família perdoe ele. Disse que, à noite, algo puxava ele e falava para ele fazer [aquilo], que era mais forte que ele, que estava possuído. Ele disse que sabe que estragou uma vida, mas falou [isso] tentando comover minha mãe – relatou a filha mais velha da mulher.
O abusador foi expulso de casa. No entanto, apesar de a polícia ter pedido a prisão preventiva dele, o juiz responsável pelo processo negou a detenção provisória e estabeleceu apenas uma medida protetiva de urgência que obriga o homem a manter uma distância mínima de 500 metro da vítima.
A jovem foi submetida a um exame de corpo de delito no Instituto Médico-Legal (IML) e aguarda o resultado.
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