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Médica sofre agressão após negar prontuário de paciente

Confusão aconteceu em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA)

Ana Luiza Menezes - 06/08/2018 16h50

Médica é atendida após sofrer agressão em uma UPA Foto: Divulgação

Em São Bernardo do Campo, São Paulo, uma médica foi agredida por um policial militar. A doutora Edwiges Dias da Rosa estava de plantão em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) quando se recusou a entregar o prontuário de um paciente. Ela alegou que estava seguindo normas éticas e a legislação do Conselho Regional de Medicina (CRM).

– Existe uma lei que preserva o sigilo médico. Os prontuários não devem ser entregues a ninguém, somente aos pacientes ou por ordem judicial. Todos sabem disso, inclusive os policiais – explicou.

A confusão começou depois que ela atendeu e liberou uma paciente que tinha sido vítima de agressão. A médica afirmou que um policial chamado Henrique chegou até ela e exigiu uma cópia do laudo da paciente.

– Ele, inclusive, já tinha pressionado a enfermeira sobre isso. Segui o que determina a lei e forneci as informações pertinentes: número da ficha de atendimento, da paciente e data e horário do atendimento. Expliquei que, com esses dados, o delegado poderia solicitar a ficha da paciente e seu histórico. Disse, ainda, que não poderia fornecer informações do diagnóstico – disse ela.

Insatisfeito, o homem fez ameaças, perguntou o nome da doutora e o número do CRM.

– Ele disse o seguinte: ‘Você vai se ver com meus colegas’. Precisei sair do consultório para pegar um aparelho de pressão arterial, quando, em frente à sala da enfermaria, fui abordada por vários policiais militares, fortemente armados. Um deles se identificou como sargento Maciel (Adriano da Silva Maciel). Fui encurralada pelo sargento Maciel, que apertou violentamente meu braço. Disse que eu estava presa. ‘A senhora. não conhece a lei’, falou. Deu ordem de prisão, me empurrando e encurralando no canto entre a porta do IML e a parede – contou Edwiges.

Ela conseguiu se livrar do grupo quando uma enfermeira chegou e avisou que tinha uma paciente à beira da morte. A médica afirma que os policiais chegaram a fazer um boletim de ocorrência a fim de prendê-la por desacato.

 

O Sindicato dos Médicos do Grande ABC (Sindmed) e o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) divulgaram notas de apoio à médica. Eles exigem que as autoridades que tomem as necessárias providências.

Já o Conselho Estadual de Direitos da Pessoa Humana (Condepe-SP) encaminhou documentos e fotos à Ouvidoria Geral da Polícia, com o objetivo de comprovar a agressão. O órgão requisitou ainda que a Corregedoria Geral apure a conduta dos policiais militares. Já foi instaurado um procedimento de apuração.

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