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Mais de 40 mulheres relatam abusos sexuais por Bruno Krupp

Modelo foi preso preventivamente pelo atropelamento e morte de adolescente, na Barra da Tijuca

Thamirys Andrade - 04/08/2022 11h34 | atualizado em 04/08/2022 11h55

Bruno Krupp Foto: Reprodução

Após o modelo Bruno Fernandes Moreira Krupp, de 25 anos, ser preso por atropelar e matar um estudante de 16 anos, veio à tona que o artista já era investigado pela polícia por estupro. A notícia levou cerca de 40 outras mulheres a denunciarem por meio das redes sociais já terem sido vítimas de violência sexual por parte de Bruno.

A modelo Priscila Trindade, de 28 anos, foi a primeira a usar as redes para falar sobre o assunto. Ela contou que foi abusada por ele há seis anos, após conhecê-lo por meio de alguns amigos.

– Eu o conheci numa roda de amigos, flertamos e depois de alguns flertes aceitei ir até a casa dele em Niterói para irmos a uma festa. Cheguei lá, e ele me deixou com dois amigos dele, disse que iria para a festa depois. Cheguei na festa e curti com umas amigas que chegaram lá – iniciou.

Na sequência, ela contou que Bruno chegou ao local por volta das 3h da manhã. Por já estar com sono, a modelo pediu que ele a levasse para a casa dele. Eles haviam combinado que ela dormiria na residência da família de Bruno, pois ela morava longe da festa. Segundo Priscila, ele a levou para sua casa e retornou para curtir o evento por mais algumas horas.

– Aí ele chegou [em casa] bêbado às 6h da manhã, e me pegou a força. Eu falei várias vezes para ele parar, e ele literalmente me forçou. Forçou MESMO. Depois de muito relutar, eu simplesmente cedi e foi HORRÍVEL. Me senti um objeto. Era muito constrangedor, porque se eu gritasse iria acordar a casa inteira, e não tive coragem de ter uma atitude mais drástica. No meio da situação, ele pegou um celular e ainda tentou me gravar sem roupa na cama dele – contou Priscila.

A modelo disse ainda que, ao revelar o ocorrido para pessoas próximas, elas a teriam julgado por ser “sem noção em ficar com um mongoloide”. Assim, ela se sentiu desencorajada a denunciar o ocorrido.

Em conversa posterior com Bruno, ele lhe disse que estava tentando mudar em diversos aspectos de sua vida, e Priscila afirmou que passou a desejar “o melhor para ele” e o cumprimentar normalmente quando o via nas festas.

– Se eu soubesse que já havia denúncia contra ele, eu teria feito com certeza! Foi em julho [de 2016]. E a realidade é que denunciar na delegacia ajuda, mas a exposição por aqui me parece ter uma potência muito maior. Me dói pensar isso, mas talvez esse menino [João Gabriel Cardim Guimarães, vítima do atropelamento] estivesse vivo ainda se esse BOSTA tivesse sido exposto por aqui, porque tenho certeza que isso deve ter acontecido com muitas mulheres, e a proporção disso teria chegado nele, e quem sabe, ele estivesse agora contido de alguma forma – concluiu.

Segundo informações do jornal O Globo, Priscila buscou a Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de Jacarepaguá, e fez uma denúncia formal contra Bruno por estupro.

OUTRAS DENÚNCIAS
O ato de Priscila incentivou dezenas de outras mulheres a enviarem a ela relatos de abusos que teriam sido cometidos por Krupp.

– Há uns anos eu tive que me trancar no quarto, porque ele estava tentando transar comigo a força de qualquer jeito. Eu era muito nova, tinha 18 anos, eu acho. Fiquei muito assustada com a situação. A gente estava num hostel em Itacoatiara – relatou uma delas.

– Passei pela mesma situação só que 10 anos atrás, em 2012. Uma jovem de 14 anos que nem soube como reagir a esse fato, como eu queria ter tido forças para denunciar na época. Me sinto um pouco culpada por saber que ele continuou todos esses anos criando novas vítimas – completou outra.

– Ele me forçou a beijar e a transar com ele, além de ter me passado DST (doença sexualmente transmissível) quando isso aconteceu. Foi horrível demais, ele é uma pessoa terrível e que merece estar atrás das grades – disse mais uma.

Em resposta, a defesa de Bruno Krupp afirmou que as declarações são oportunistas.

– Só posso pensar que se trata de um oportunismo de ocasião. Supostas situações que aconteceram há anos, que não foram denunciadas à autoridade policial e que vêm à tona agora? Quando o Bruno está passando por uma situação infeliz como essa de estar envolvido em um acidente que vitimou uma pessoa? – questionou o advogado William Pena.

INVESTIGAÇÃO
Bruno já estava sendo investigado por uma acusação de estupro feita na Delegacia de Atendimento à Mulher de Jacarepaguá (Deam). Em depoimento, a vítima havia dito que foi estuprada pelo modelo ao ir até o apartamento dele. Ela explica que, embora tenha pedido para que ele parasse, ele não a obedeceu. Bruno nega o caso.

O rapaz também é alvo de acusação de estelionato por uma fraude estimada em R$ 428 mil, registrada em 2021, na 15ª DP (Gávea). A apuração foi aberta após uma gerente de um hotel na Zona Sul relatar que o cartão de vários de seus clientes foi recusado. Ao buscar saber o motivo, todos os clientes disseram que Bruno Krupp lhes ofereceu diárias no hotel com desconto, em troca de que eles fizessem o pagamento em uma conta no nome de outra pessoa.

PRESO
Bruno foi preso preventivamente nesta quarta-feira (3) por agentes da 16ª DP (Barra da Tijuca) em hospital particular do Méier, onde está internado. A detenção ocorreu em razão do atropelamento e morte de João Gabriel Cardim Guimarães, de 16 anos, na noite do último sábado (30). Segundo apuração, Bruno estava em alta velocidade, em uma motocicleta sem placa e sem portar CNH.

Ele atingiu o adolescente na Barra da Tijuca, na Zona Oeste. A vítima teve a perna amputada em razão do impacto da colisão, e o membro chegou a ser lançado a 50 metros de distância do corpo. O adolescente chegou a ser levado ao Hospital Municipal Lourenço Jorge, entretanto, não resistiu, morrendo no decorrer de uma cirurgia. Bruno responderá por homicídio com dolo eventual.

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