Paulo Moura - 05/06/2022 11h41 | atualizado em 06/06/2022 11h23

Mirtes Renata, mãe do menino Miguel, criança que morreu em junho de 2020 após cair do nono andar de um prédio no Recife (PE), anunciou que vai recorrer da pena aplicada à sua ex-patroa, Sari Corte Real, que era a responsável pela criança no momento da queda. Na última terça-feira (31), Sari foi condenada a oito anos e seis meses de prisão.

Mirtes relatou inconformismo com o fato de que, além de não ter pego a pena máxima, Sari poderá permanecer em liberdade enquanto recorre da sentença. Corte Real foi condenada por abandono de incapaz com resultado de morte na 1ª Vara de Crimes contra a Criança e o Adolescente de Recife.

– Na minha concepção, há todos os elementos necessários para que ela fosse condenada à pena máxima que é de 12 anos. Para mim, não há qualquer atenuante para o que ela fez. Ela é uma assassina, irresponsável e racista. Para essas pessoas, crianças pretas são mais espertas, sabem se virar, não precisam de cuidados – declarou Mirtes.

Logo após a morte de Miguel, Sari chegou a ser presa em flagrante por homicídio culposo, mas foi liberada após pagar uma fiança de R$ 20 mil. Na época em que o caso aconteceu, Corte Real chegou a dizer que acreditava que Miguel fosse saber voltar para o quinto andar e que nunca imaginou que aconteceria uma tragédia.

Ainda sobre a decisão judicial, Mirtes criticou a postura do juiz José Renato Bizerra, da 1ª Vara dos Crimes contra a Criança e o Adolescente, responsável pela decisão. Segundo ela, Bizerra repassou a sentença primeiramente para a imprensa e só depois para as partes interessadas no processo.

Na decisão, o juiz determinou que Sari cumpra a pena em regime fechado. Porém, dado o fato de que a ex-primeira dama da cidade pernambucana de Tamandaré ainda pode recorrer a instâncias superiores, ela poderá seguir em liberdade até que o recurso seja julgado.

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