Camille Dornelles - 30/01/2019 09h28 | atualizado em 30/01/2019 09h31

A ativista Luisa Mell, que está em Brumadinho, Minas Gerais, para resgatar os animais, declarou que a operação de abate dos bichos de grande porte a tiros foi cancelada após várias críticas. Nesta terça-feira (29), ela mostrou o dia de trabalhos da equipe de seu instituto na cidade devastada.

– Pelo menos consegui o que queria. Essa operação de abate de animais de cima do helicóptero foi cancelada e agora estão começando os resgates. Talvez eu não consiga participar porque está todo mundo me sabotando, mas o que importa é resgatar os animais – declarou.

Mell fez denúncias em suas redes sociais sobre o descaso da Vale e criticou dificuldades impostas pela mineradora.

Segundo a ativista, a Vale entrou em contato com ela após denúncias de abatimento de animais de grande porte a tiros pela Polícia Federal para traçar um trabalho conjunto. Ela pediu um helicóptero para mapear a localização dos animais e a empresa concordou.

Poucas horas depois, porém, a empresa negou receber ajuda da equipe da ativista e não concedeu o helicóptero ou o mapeamento.

– Nossa, como é difícil! Ia fazer o voo, mas disseram que não vou mais fazer porque a Anclivepa (Associação Nacional de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais) está chateada comigo porque eu falei que acho errado o abate de animais no helicóptero e eles acham certo. Eles querem que eu me retrate. Eu não vou me retratar! – afirmou.

A ativista também criticou a ação da Defesa Civil por ter aceito que o abate era aceitável. Para ela, a eutanásia às vezes é necessária, mas atirar de cima de helicópteros é “assassinato”.

No fim do dia, ela aparece em conjunto com uma equipe do Corpo de Bombeiros e de voluntários de seu instituto resgatando um boi da lama. Luisa Mell reiterou que os bombeiros querem ajudar os animais e que não foram eles que estavam realizando os abates irregulares.

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