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Lava Jato: “Alerj se tornou uma verdadeira propinolândia”

Procuradores da República detalharam esquema do "mensalinho"

Camille Dornelles - 08/11/2018 11h25 | atualizado em 09/11/2018 07h22

MPF e PF detalham mensalinho no Rio de Janeiro Foto: Reprodução

A Operação Lava Jato iniciou a Operação Furna da Onça no Rio de Janeiro nesta quinta-feira (8) com a prisão de 22 políticos do estado. Entre eles estão dez deputados estaduais. Após a prisão de 20 dos procurados, agentes da Polícia Federal (PF) e procuradores do Ministério Público Federal (MPF) deram uma coletiva de imprensa para detalhar o escândalo.

– Sérgio Cabral estabeleceu uma relação promíscua com deputados da Alerj em um “toma lá dá cá” para poder viabilizar interesses políticos. A Alerj se tornou uma verdadeira “propinolândia” – acusou Carlos Aguiar, procurador Regional da República.

A PF investiga um esquema de pagamentos de propina apelidado de “mensalinho”. Segundo os investigadores, ele era comandado pelo ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral, que pagava deputados da Alerj em troca de aprovações de leis.

Ainda de acordo com os procuradores, o “mensalinho” de cada um dos deputados variava entre R$ 20 mil e R$ 900 mil. Chiquinho da Mangueira (PSC) recebeu mais de R$ 3 milhões e parte desse valor (cerca de R$ 1 milhão) foi usada para custear o desfile de carnaval de sua escola de samba no Rio de Janeiro.

– Isso gerou absoluta falência dos serviços públicos e descontrole dos poderes do estado – declarou Renata Ribeiro Baptista, procuradora da República.

Ela também apontou que as propinas sistemáticas não eram a única irregularidade do esquema. Outra forma de pagamento ilícito era nomeação a cargos públicos.

– Empresas ganhavam contratos terceirizados, mas que não terceirizavam mão-de-obra. Recebiam uma planilha com pessoas que eram obrigadas a nomear. Chiquinho da Mangueira tinha 74 indicações. Luiz Martins, sozinho, tinha 137. Entre os 40 que estavam com indicação de Paulo Melo, 15 apareciam como prestadores de serviço em campanhas eleitorais do próprio deputado. Isso está além do que é natural e lícito em uma política de indicação de cargos – detalhou Baptista.

Entre os alvos estão Affonso Monnerat, secretário estadual de governo; André Correa (DEM), deputado estadual e ex-secretário estadual de Meio Ambiente; Chiquinho da Mangueira (PSC), deputado estadual reeleito; Coronel Jairo (MDB), deputado estadual não reeleito; Leonardo Jacob, presidente do Detran; Luiz Martins (PDT), deputado estadual reeleito; Marcelo Simão (PP), deputado estadual não reeleito; Marcos Abrahão (Avante), deputado estadual reeleito; Marcus Vinícius Neskau (PTB), deputado estadual reeleito e Vinícius Farah (MDB), ex-presidente do Detran, eleito deputado federal.

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