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Lançamento criminoso causou espuma no Rio Guandu, diz Inea

Substância surfactante, tipo detergente, foi lançada na água

Pleno.News - 28/08/2023 15h34 | atualizado em 28/08/2023 17h02

Fachada do edifício-sede da Cedae Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

A espuma que levou a Estação de Tratamento de Água do Guandu a interromper o fornecimento à Região Metropolitana do Rio de Janeiro teve origem em lançamento criminoso de substância surfactante na água, segundo disse o presidente do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), Philipe Campello.

O autor do crime ambiental ainda incorreu em uma dupla inconformidade, por não ter comunicado as autoridades o problema, conforme acrescentou o presidente do Inea.

O instituto e a Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae) concederam uma entrevista coletiva, na manhã desta segunda-feira (28), para detalhar o problema.

Segundo o diretor de saneamento e grande operação da Cedae, Daniel Okumura, tudo indica que o lançamento da substância, um tipo de detergente, foi pontual, o que deve fazer com que a água do Rio Guandu volte a ter condições de captação até o fim do dia. A partir disso, a rede de distribuição pode levar até 72 horas para normalizar a disponibilidade de água em todos os pontos da Região Metropolitana.

O Sistema Guandu, do qual a estação de tratamento faz parte, é responsável por 80% do fornecimento de água da Região Metropolitana do Rio e abastece nove municípios: Rio de Janeiro, Nova Iguaçu, Duque de Caxias, São João de Meriti, Belford Roxo, Queimados, Itaguaí e Mesquita. A estação trata 43 mil litros de água por segundo, e atende a cerca de 11 milhões de pessoas.

Técnicos da Cedae identificaram a espuma nos pontos de captação da estação de tratamento por volta de 4h, e a interrupção da captação aconteceu por volta de 5h30. Segundo a Cedae, a água tratada e enviada à distribuição até o momento da interrupção passou por todos os controles de qualidade e não oferece qualquer risco.

O Inea acionou a Polícia Civil, que está investigando o caso por meio da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente. O trabalho inclui na verificação, se algum dos 72 estabelecimentos industriais e comerciais licenciados para o despejo no Guandu foi o responsável por esse lançamento. Também não foi descartada a hipótese de a substância ter sido lançada no rio de outras formas, como de um caminhão, por exemplo.

Para que a água contaminada pelo surfactante escoe mais rapidamente, a Cedae abriu as comportas da estação de tratamento. Até a normalização da situação, o presidente da companhia, Aguinaldo Ballon, pede que a população não desperdice água.

*Agência Brasil

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