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Justiça libera estudante preso injustamente

Ele passou 10 dias na cadeia após ter sido confundido com um bandido que morreu em 2014

Ana Luiza Menezes - 04/05/2018 20h35 | atualizado em 04/05/2018 21h49

Estudante sofreu durante 10 dias após ter sido preso injustamente Foto: Reprodução/G1

Alegria e emoção marcaram o momento em que Leandro Luiz do Livramento, de 32 anos, foi solto nesta sexta-feira (4). Ele passou 10 dias na cadeia após ter sido confundido com um bandido. Familiares e amigos o receberam com festa na porta do presídio Evaristo da Veiga, em São Cristóvão, bairro da Zona Norte do Rio de Janeiro.

– Foi um pesadelo sem fim, por um momento achei que não fosse terminar. Imagina eu que tenho uma vida normal da noite para o dia está tudo de cabeça para baixo? Cheguei na prisão em estado de choque. Não conseguia comer nem tomar banho, os presos que me deram força. Achei que ia largar tudo e desistir. Mas aguentei o quanto deu – disse o estudante.

O jovem trabalhava em uma loja de departamentos há 13 anos e é aluno de duas faculdades. Foi preso no dia 24 de abril quando fez a renovação da carteira de identidade em um posto do DETRAN na Baixada Fluminense. Na ocasião, ele foi informado que era foragido desde 2013 e que só sairia do local com a Polícia. Dali ele foi levado até a cadeia de Benfica, onde ficou quatro dias, e depois foi transferido para o presídio de onde saiu hoje.

Manifestações e uma campanha na internet também foram feitas enquanto o rapaz esteve preso. Para viabilizar a soltura de Leandro, a família dele também foi apoiada por instituições como Conselho Estadual de Direitos Humanos, Comissão dos Privados de Liberdade, Instituto de Cultura e Consciência Negra Nelson Mandela, Observatório da Intervenção Cândido Mendes e da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio.

– Houve um engano. O Leandro criminoso usava uma linha telefônica no nome do Leandro Luiz, que é inocente. Acredito que a polícia foi induzida ao erro. O que achei estranho foi que desde 2013 a investigação está ocorrendo e meu cliente nunca recebeu nenhuma intimação – explicou Washington Luiz Tavares, advogado da vítima.

Ainda de acordo com a defesa, o verdadeiro criminoso se chamava Leandro de Souza Rodrigues e morreu em 2014. Ele teria usado o CPF de Leandro Luiz para cadastrar um chip de celular.

Em nota, o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) afirmou que a promotoria opinou pela revogação da prisão em virtude das provas apresentadas a favor do jovem e pelo fato de o acusado ser outro homem que possuía apenas o mesmo prenome.

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