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Justiça do Rio prorroga prisão de suspeita de envenenar enteados

Decisão acatou pedido do Ministério Público do Estado do Rio (MP-RJ)

Pleno.News - 14/06/2022 20h00 | atualizado em 15/06/2022 16h29

Justiça do Rio prorroga prisão de madrasta acusada de envenenar enteados Foto: Reprodução/Print de vídeo YouTube Domingo Espetacular RecordTV

A pedido do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ), a Justiça prorrogou por mais 30 dias a prisão temporária de Cíntia Mariano Dias Cabral. Ela está presa desde 20 de maio sob suspeita de ter envenenado os dois enteados.

A decisão foi do juiz Alexandre Abrahão Dias Teixeira, da 3ª Vara Criminal do Rio.

– Somente a manutenção da prisão de Cíntia possibilitará a eventual aplicação da lei penal e a instantânea garantia da ordem pública, evitando-se a reiteração criminosa, o que já se viu nestes autos em razão do surgimento de elementos do segundo fato agora melhor apurado. Tal medida se mostra indispensável para o êxito da investigação criminal – escreveu.

Bruno Carvalho Cabral, de 16 anos, sobreviveu, mas a irmã dele, Fernanda Carvalho Cabral, de 22 anos, morreu em 28 de março, após passar 13 dias internada.

No dia 15 de maio, Bruno almoçou na casa de seu pai, Adeílson Cabral, e passou mal após a refeição. Na ocasião, ele reclamou do gosto do feijão e estranhou a presença de uma substância azul. O adolescente se sentiu zonzo, ficou molhado de suor e logo não conseguia mais falar. O rapaz foi internado no hospital municipal Albert Schweitzer, em Realengo, Zona Oeste do Rio, e conseguiu se recuperar da intoxicação. Bruno teve alta no dia 19 de maio.

Cintia foi presa no dia 20 de maio. Inicialmente, ela afirmou à Polícia Civil que a substância azul detectada no feijão era um tempero industrializado para alimentos. Depois, em depoimento oficial e acompanhado por advogado, a mulher manteve-se em silêncio.

O exame médico do suco gástrico retirado do estômago de Bruno não encontrou o veneno, que é rapidamente absorvido pelo organismo. Porém, o exame identificou quatro cápsulas semelhantes às usadas para abrigar veneno de rato.

– O exame realizado no laboratório do Instituto Médico Legal revelou a presença de quatro grânulos esféricos diminutos, de coloração azul escura, forma esta de apresentação de raticida amplamente e clandestinamente comercializado, conhecido como “chumbinho” – diz o laudo.

O laudo ainda aponta que “o quadro clínico e a apresentação dos grânulos revelam quadro clássico de intoxicação por raticidas, carbamatos, aldicarb. Caso a vítima não tivesse sido submetida a tratamento imediato, como ocorreu, provavelmente teria evoluído para o óbito”.

A partir da suposta tentativa de matar o enteado, a madrasta começou a ser investigada também pela morte da irmã de Bruno, Fernanda. Ela morreu em março, após apresentar sintomas semelhantes aos do irmão e ser internada no mesmo hospital. Na ocasião, no entanto, ainda não havia suspeita de envenenamento, e não houve tratamento específico para isso. O corpo de Fernanda foi exumado em 26 de maio e estão sendo feitos exames para tentar identificar sinais de envenenamento.

*AE

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