Justiça de SP não aceita pedido de prisão contra aluna da USP
Inquérito deve voltar para a Polícia Civil para que novas medidas sejam tomadas
Paulo Moura - 03/02/2023 13h51 | atualizado em 03/02/2023 14h20
A Justiça de São Paulo não aceitou o pedido de prisão preventiva feito pela Polícia Civil contra a estudante Alicia Dudy Müller Veiga, a aluna do curso de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) que desviou quase R$ 1 milhão da conta de formatura de sua turma. A decisão, tomada pelo juiz Fabio Pando de Matos, concordou com o posicionamento do Ministério Público.
No dia 31 de janeiro, o MP havia se posicionado contra a prisão e pediu que o inquérito que apura a conduta da estudante voltasse para a Polícia Civil. Na ocasião, o promotor Fabiano Severiano, responsável pelo caso, apontou que Alicia teria cometido crimes de estelionato e não de apropriação indébita, como apontado pela polícia.
Na decisão publicada nesta quinta-feira (2), o magistrado aceitou a solicitação do MP e determinou que a apuração retorne para a Polícia Civil para que sejam adotadas as medidas solicitadas pelo Ministério Público. O prazo para a realização dessa apuração da polícia, de acordo com o juiz, é de 30 dias. Apenas quando os novos procedimentos forem realizados é que a prisão será analisada.
SOBRE O CASO
De acordo com membros da comissão de formatura, o dinheiro para a cerimônia de conclusão do curso de Medicina da turma de Alicia vinha sendo arrecadado pela empresa Ás Formaturas há quatro anos. No fim de 2021, ainda como presidente da comissão, a universitária solicitou a transferência dos valores para uma conta pessoal dela sem o aval de outros estudantes.
No último dia 6 de janeiro, Alicia informou, por meio de uma mensagem de WhatsApp no grupo da comissão, que havia perdido todo o dinheiro. Aos colegas, Alicia declarou inicialmente que sacou o dinheiro da conta da empresa porque ela não estava prestando um bom serviço e decidiu investir o recurso junto à corretora Sentinel Bank, de quem teria, posteriormente, sofrido um golpe.
No entanto, ao prestar depoimento à Polícia Civil no dia 19 de janeiro, a estudante confirmou que realmente desviou os valores que seriam usados para a festa de formatura por entender que os recursos não estavam sendo bem administrados pela empresa contratada, mas justificou que fez “aplicações ruins” e acabou perdendo o dinheiro.
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