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Juíza faz críticas à postura do advogado de Jairinho e Monique

Magistrada afirmou que André França Barreto tenta "controlar e fiscalizar" as testemunhas

Paulo Moura - 10/04/2021 09h19

André França Barreto, advogado de Jairinho e Monique Foto: Reprodução/CNN Brasil

A juíza Elizabeth Machado Louro, do 2° Tribunal do Júri, responsável pela decisão que levou à prisão o vereador Dr. Jairinho e a professora Monique Medeiros, criticou a atuação do advogado André França Barreto, que defende o casal. O político e a namorada foram presos na última quinta-feira (8), em Bangu, Zona Oeste do Rio.

De acordo com a magistrada, o defensor presenciou todos os depoimentos dados para a polícia, mesmo daquelas pessoas que não são defendidas por ele, o que caracterizaria uma “aparente intenção” de “controlar e fiscalizar” as testemunhas.

– De se notar, ainda o insólito procedimento de ter o patrono dos investigados presenciado todos os depoimentos prestados pelas mesmas testemunhas a eles ligadas… o que está a indicar a aparente intenção de controlar e fiscalizar o que por elas era dito à autoridade policial – destacou.

O vereador Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho, e a professora Monique Almeida tiveram a prisão temporária decretada por 30 dias por suposto envolvimento na morte do menino Henry Borel, de 4 anos A mãe de Henry, Monique, foi levada para uma unidade prisional em Niterói. Jairinho está em um presídio no Complexo de Gericinó, na Zona Oeste do Rio.

Em depoimentos à polícia, a babá de Henry Borel, Thayna de Oliveira Ferreira, e a doméstica Leila Rosângela de Souza, a Rose, admitiram que, em 18 de março, foram levadas até o escritório do advogado. Quem cuidou dessa ação foi Thalita, irmã de Jairinho.

Para Thayna, Thalita disse que o advogado queria fazer perguntas a ela. A babá de Henry contou que foi até a casa da irmã de Jairinho e de lá foi levada, junto com Rose, até o escritório de André Barreto, chegando lá às 17h. No escritório, Thaina disse que o advogado fez algumas perguntas e orientou, segundo ela, a apenas dizer a verdade.

A juíza Elizabeth Louro também estranhou a conduta de Monique, mãe de Henry, e destacou que, passado quase um mês do crime, a professora segue tomando o que ela considera como “atitudes atípicas” que, segundo ela, poderiam dificultar a coleta de provas.

– Atitudes típicas de quem omite ou falta com a verdade, colaborando e aderindo à conduta de seu parceiro de influenciar testemunhas, inobstante devesse ser a principal interessada em chegar à verdade dos fatos – relatou.

Em nota, a defesa do casal Dr. Jairinho e Monique Medeiros afirmou que “sempre pautou a sua atuação sob a égide da ética, da técnica e do profissionalismo”, e ressaltou que o escritório tem compromisso com a Constituição, “com o devido processo legal, e com o Código de Ética da OAB”.

Confira a nota da defesa, na íntegra:

“Desde que constituída, esta Defesa Técnica sempre pautou a sua atuação sob a égide da ética, da técnica e do profissionalismo.

A fim de conceder ampla transparência à inocência reiteradamente afirmada por seus clientes, estes advogados envidaram, de acordo com o Provimento 188/2018, do Conselho Federal da OAB, uma investigação defensiva, promovendo, de maneira pública e ostensiva, uma convocação de pessoas que, a partir de então, apresentaram os seus relatos, bem como vídeos, fotos e documentos, acerca da relação da Monique, do Henry e do Jairinho.

Tudo devidamente encaminhado à Autoridade Policial, em mais de duas dezenas de petições. Dentre essas pessoas, apresentaram-se a empregada doméstica, Leila Rosângela, e a babá, Thayná.

Inclusive, tendo em vista que não havia sequer notícia de intimação para prestarem depoimento em sede policial, foram convidadas a registrar, em vídeo, as suas manifestações, conforme anexo.

Ressalta-se, ainda, de acordo com os termos das declarações posteriormente aduzidas à Autoridade Policial, que igualmente seguem anexados, ambas prestaram depoimento desacompanhadas de advogado, inclusive destes patronos, por aproximadamente seis horas cada.

Somente após a oitiva da empregada doméstica, Sra. Leila Rosângela, a Autoridade Policial concedeu o acesso aos patronos deste escritório, para acompanharem a redução a termo do que foi dito, oportunidade na qual restou consignada documentalmente a presença.

Por fim, este escritório ressalta o seu compromisso com a CRFB, com o devido processo legal, e com o Código de Ética da OAB, reafirmando a sua posição inabalável de emissor das versões, motivos e explicações emitidas pelos seus clientes.”

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