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Juíza do caso Henry: “Aqui não é CPI. Isso não vai virar circo!”

Magistrada interveio após discussões na audiência com a primeira testemunha

Thamirys Andrade - 06/10/2021 13h36 | atualizado em 06/10/2021 16h10

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Julgamento do caso Henry teve início nesta quarta-feira Foto: Reprodução

A fase preliminar do julgamento do assassinato de Henry Borel já começou, nesta quarta-feira (6), com uma discussão entre a acusação e a defesa. Para conter o conflito entre o promotor do Ministério Público, Fábio Vieira, e o advogado da ré, Thiago Minagé, a juíza foi taxativa ao dizer que a audiência não faz parte da CPI da Covid-19 e que, por isso, não vai virar um “circo”.

– Aqui não é CPI. Aqui, a gente está para ouvir a testemunha. Isso aqui não vai virar circo! – declarou a magistrada Elizabeth Machado Louro.

O desentendimento ocorreu durante a oitiva do delegado Henrique Damasceno, primeira testemunha do caso. Damasceno é o responsável pelas investigações do homicídio, mas foi interrompido pelo advogado de defesa da ré Monique Medeiros. Minagé alega que a testemunha estava emitindo suas opiniões, em vez de focar nos fatos ocorridos no dia do crime.

Após a intervenção da magistrada, Damasceno prosseguiu com seu relato. Ele afirma que o menino Henry Borel já chegou morto ao hospital.

– Ficou expressamente demonstrado pela equipe médica e pelos laudos periciais que, embora tenha sido submetido a manobras de ressuscitação por bastante tempo, em nenhum momento ele [Henry] apresentou frequência cardíaca. Ele já chegou morto [ao hospital].

O delegado observou ainda que Henry não recebeu o tratamento adequado antes da chegada à unidade de saúde.

– Você soprar a boca de uma criança no colo, desfalecida, não é o procedimento certo em um caso como esse.

Damasceno também frisou que o ex-vereador Dr. Jairinho e Monique Medeiros foram localizados em um endereço não informado.

– Eu falei que estávamos fazendo buscas que apontavam endereços fora do Rio. E foram encontrados em um endereço diverso.

O advogado de Monique, por sua vez, garantiu que vai seguir pedindo a nulidade do inquérito até o Supremo Tribunal Federal.

CASO HENRY
Henry Borel morreu aos 4 anos de idade no dia 8 de março, vítima de “ação violenta”. Segundo as denúncias, a menino foi submetido a torturas por parte do padrasto Jairo Souza dos Santos Júnior, sob a omissão da mãe, Monique Medeiros.

Jairinho responde por homicídio triplamente qualificado na forma de motivo torpe, tortura e impossibilidade de defesa da vítima, além de tortura e coação de testemunha. Já Monique foi denunciada por homicídio triplamente qualificado na forma omissiva imprópria, tortura omissiva, falsidade ideológica e coação de testemunha.

Confira as 12 testemunhas que foram chamadas para depor:

– Leniel Borel de Almeida Júnior, pai de Henry.
– Edson Henrique Damasceno, delegado responsável pela investigação.
– Ana Carolina Lemos Medeiros Caldas, delegada assistente de Edson Henrique Damasceno.
– Thayna de Oliveira Ferreira, babá que afirma ter presenciado as agressões a Henry.
– Leila Rosângela de Souza Mattos, empregada de Jairinho e Monique.
– Ana Carolina Ferreira Netto, ex-mulher de Jairinho.
– Maria Cristina de Souza Azevedo, médica que atendeu Henry após ele chegar ao hospital, já sem vida. Ela não foi encontrada pelas autoridades.
– Viviane dos Santos Rosq, pediatra que estava no hospital quando Henry chegou. Não foi encontrada pelas autoridades.
– Fabiana Barreto Goulart Deleage, pediatra que deu a notícia da morte a Jairinho.
– Tereza Cristina dos Santos, cabeleireira que presenciou a ligação entre Monique Medeiros e Henry no salão de beleza.
– Pablo dos Santos Meneses, conselheiro da Rede D’Or a quem Jairinho pediu para liberar o corpo de Henry sem passar pelo IML.
– Rodrigo dos Santos Melo, inspetor da Polícia Civil.

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