Gabriel Gontijo - 23/02/2018 15h52 | atualizado em 26/02/2018 16h19

Marcelo Pêgo, de 15 anos, de Teresópolis, Rio de Janeiro morreu de febre amarela. Ele seria apenas mais uma vítima da doença se não tivesse tomado a vacina há cinco anos, em 2013. A mãe do jovem, Ana Paula Pêgo, relatou a situação no Facebook.

A Secretaria Estadual de Saúde confirmou, na última terça-feira (20), que o caso foi a oitava morte pela doença no município.

Para a presidente da Socidade de Reumatologia do Rio de Janeiro, e integrante da comissão de vacinação de febre amarela da Sociedade Brasileira de Reumatologia, dra. Selma Merenlender, é possível alguém ter a doença mesmo já vacinado.

– Sim, é possível. A vacinação, mesmo na dose correta, garante uma cobertura vacinal de 98%. Um índice considerado excelente – afirmou a médica ao Pleno.News.

Ela informou que a vacina pode não exercer uma grande cobertura quando aplicada de maneira precoce. Por exemplo, antes dos nove meses de idade.

Segundo a doutora, existe a possibilidade da vacina ser aplicada em situação de emergência dos seis aos nove meses. Mas ela alerta que, nessa faixa etária, a formação de anticorpos ainda é incompleta. O que pode acarretar no risco da falha vacinal.

No caso específico de Marcelo, que era hemofílico, a doutora garante não haver relação entre a doença do jovem e a febre amarela.

– Não há relação nenhuma entre hemofilia e febre amarela. O problema do hemofílico não tem nada a ver com a produção de anticorpos. O que pode acontecer é a contaminação por algum tipo de vírus através da transfusão de sangue e isso atrapalhar a formação de anticorpos, o que o deixaria vulnerável.

A médica ainda salientou que Marcelo tinha hemofilia branda e não se sabe se ele passou por alguma transfusão recente. Por isso, não é possível afirmar se essa situação se aplica ao adolescente.

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