Jovem que morreu após encontro com jogador não sofreu violência
Conclusão faz parte da investigação realizada pela Polícia Civil de São Paulo sobre a morte de Lívia Gabriele
Paulo Moura - 25/03/2024 10h41 | atualizado em 25/03/2024 11h43
As primeiras investigações da Polícia Civil de São Paulo sobre a morte de Lívia Gabriele, que morreu após ter relações sexuais com Dimas Cândido de Oliveira Filho, ex-jogador do time sub-20 do Corinthians, apontam que não houve violência. A informação foi revelada em uma reportagem do Fantástico, da TV Globo, neste domingo (24).
Os laudos sobre o caso mostraram que a jovem não apresentava fraturas. Além disso, peritos não encontraram drogas, nem bebida alcoólica no sangue da jovem. Também não havia esperma no corpo dela, o que confirma o uso da camisinha durante o ato sexual, como o jogador tinha afirmado. Investigadores aguardam relatórios médicos para saber se a jovem tinha alguma doença.
Lívia morreu após se encontrar com o jogador no apartamento dele, no Tatuapé, bairro da Zona Leste de São Paulo, no fim de janeiro. Segundo o depoimento do jogador, os dois tiveram relações sexuais e ela passou a apresentar hemorragia na região genital. A jovem foi levada ao Pronto-Socorro do Tatuapé, mas sofreu paradas cardíacas e não resistiu. O jogador foi ouvido e liberado.
O caso é investigado como morte suspeita causada por “ruptura de fundo de saco de Douglas com extensão à parede vaginal esquerda”. A ruptura chegou a cinco centímetros de extensão. Segundo os peritos, a lesão foi causada por um objeto contundente, sem especificação. A partir dos laudos oficiais da Polícia Científica do Estado de São Paulo, peritos opinaram que não houve violência.
– A causa da morte foi uma hemorragia aguda importante com um choque hemorrágico – diz o médico ginecologista Jairo Iavelberg.
– O pênis pode ter levado a essa lesão. O caso dela foi uma fatalidade, aparentemente, pelo que está aparecendo, pela parte anatômica – diz a médica Fabiane Vale.
Logo após o episódio, o advogado de Dimas, Tiago Lenoir, afirmou que o atleta não cometeu qualquer ato ilícito.
– Ele conheceu a garota pelo Instagram, vinha falando com ela, e marcaram de se encontrar no fim do dia no apartamento dele. Foi a primeira vez que eles se encontraram pessoalmente. Ali eles tiveram relações sexuais consentidas e com o uso de preservativo. Depois do ato, ele percebeu que ela tinha apagado, desfalecendo – relatou Lenoir.
Segundo o advogado, o jogador não mora mais em São Paulo. Ele estava emprestado ao Corinthians com contrato de dois anos, até o final de 2024. Após a morte da jovem, ele resolveu voltar para o clube onde começou a carreira, o Coimbra Sports, em Contagem (MG).
Ao comentar o caso, o defensor criticou a demora do atendimento do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). A Prefeitura de São Paulo rebateu a acusação e afirmou que a ambulância chegou ao local da ocorrência em 11 minutos após receber o chamado, mas os profissionais ficaram retidos na portaria, que não estava ciente do fato.
*AE
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