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Jovem que matou amiga com tiro se entrega à Polícia

Adolescente foi condenada por ato infracional análogo a homicídio doloso

Gabriela Doria - 16/09/2020 08h11 | atualizado em 16/09/2020 18h31

Adolescente se entrega à polícia para cumprir medida socioeducativa Foto: Olhar Direto/Rogério Florentino

A adolescente que atirou e matou Isabele Guimarães Ramos, de 14 anos, se entregou, na noite desta terça-feira (15), na Delegacia Especializada do Adolescente. B. O. C., de 15 anos, ficará internada no Complexo de Pomeri, em Cuiabá, no Mato Grosso. Ela responde por crime análogo a homicídio doloso, quando há intenção de matar.

Isabele foi morta no banheiro da casa da amiga, em um condomínio de luxo, em Cuiabá, em 12 de agosto. O disparo atingiu a cabeça da jovem.

A atiradora é filha de um tradicional empresário da cidade.

A decisão pela internação é da juíza Cristiane Padim, da Vara da Criança e da Juventude de Mato Grosso. A internação em casas socioeducativas é uma medida recomendada para casos envolvendo crimes hediondos, como estupro e homicídio.

Isabele Guimarães morreu após levar um tiro na cabeça Foto: Reprodução

O advogado da jovem, Artur de Barros Freitas Osti, afirmou que já está preparando um habeas corpus para ser enviado ao Tribunal de Justiça.

CRIME
A Polícia Civil do Mato Grosso concluiu que o tiro que matou a adolescente Isabele Guimarães Ramos, de 14 anos, foi intencional. A menina estava na casa de uma amiga, no dia 12 de julho, quando foi atingida por um disparo na cabeça. A amiga de Isabele foi a autora do disparo.

A jovem irá responder por ato infracional análogo a homicídio doloso, quando há intenção de matar. A polícia levou em consideração que, por ser praticante de tiro, ela sabia dos riscos de se manusear a arma e que poderia matar a amiga.

– Ela era treinada, capacitada. Quando a gente faz treinamento em curso de tiro, antes de pegar em uma arma a gente aprende sobre segurança, a desmuniciar uma arma e a olhar se arma está municiada ou carregada. Então no mínimo, ao estar no banheiro com a amiga, ela assumiu o risco de gerar a morte da adolescente – disse o delegado Wagner Bassi em entrevista coletiva.

Já o pai da garota é suspeito de homicídio culposo, quando não há intenção de matar. Ele também irá responder por posse de arma de fogo, por entregá-la para a filha e por fraude processual.

– Ele agiu com imprudência e negligencia, ao permitir que a filha pegasse na arma de fogo. Ele é um atirador desportivo e não podia permitir que a filha pegasse na arma. Por isso foi indiciado por homicídio culposo (quando não há intenção de matar) – declarou Bassi.

O namorado da acusada também irá responder na Justiça. O rapaz de 16 anos foi o responsável por levar duas armas para a casa da jovem, uma delas sendo a do crime. Ele disse que levou as armas para o sogro fazer manutenção. No caso do rapaz, ele é acusado de ato infracional por porte ilegal de arma de fogo, já que transitou com ela na rua sem permissão.

O pai do rapaz e sogro da atiradora irá responder por omissão de cautela na guarda da arma de fogo porque, mesmo sem ter conhecimento de que o filho levaria as armas para a rua, ele deveria ter guardado em local apropriado.

Segundo o delegado Wagner Bassi, a perícia mostrou que a acusada carregou a arma, apontou para o rosto da amiga e disparou a uma distância de 20cm a 30cm. O projétil entrou pela região do nariz e saiu por trás da cabeça da vítima. A polícia não relatou sobre uma possível motivação para o crime.

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