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João Doria anuncia novo comandante-geral da PM

Coronel Fernando Alencar Medeiros assume o posto no lugar de Marcelo Vieira Salles

Pleno.News - 09/03/2020 20h14

Governador João Doria e coronel Fernando Alencar Medeiros Foto: Governo do Estado de São Paulo

O governador João Doria (PSDB) anunciou na tarde desta segunda (9) o coronel Fernando Alencar Medeiros como o novo comandante-geral da Polícia Militar de São Paulo, em substituição a Marcelo Vieira Salles, que entregou o cargo na semana passada.

O nome de novo comandante foi apresentado durante cerimônia de premiação do chamado Policial Nota 10, em discurso no qual Doria fez elogios ao trabalho de Salles e tentou afastar as notícias de mal-estar com a cúpula da Polícia Militar gerado após o episódio de Paraisópolis.

Coronel Alencar, como é conhecido na tropa, já era o subcomandante da PM desde 2018. Foi a primeira vez na corporação que alguém é indicado ao posto máximo da corporação após ter esse papel de adjunto. Em regra, o número 2 vai para a reserva junto com o número 1.

Considerado uma pessoa discreta e econômica com as palavras, Alencar já passou pelo comando de alguns batalhões, entre eles o mais famoso de São Paulo, o 1º de Choque, conhecido como Rota. Também foi instrutor de direitos humanos para forças de segurança.

– Sou um policial militar, filho de um policial militar, que tem como objetivo agora cuidar da Polícia Militar – resumiu Alencar sobre si mesmo, em entrevista do lado do governador Doria.

Conforme a Folha de S.Paulo revelou na semana passada, um dos motivos que levaram o comandante-geral Salles a entregar o cargo (dois anos antes do previsto) foi seu descontentamento com Doria após o afastamento de todos os 31 PMs envolvidos na ocorrência durante baile funk em Paraisópolis, no final do ano passado, quando 9 pessoas morreram e 12 ficaram feridas.
O governador negou problemas com a cúpula da Polícia Militar e disse que as notícias do litígio entre ele e Salles estavam erradas. “[Salles] É meu amigo e continuará meu amigo. Tomou uma decisão bem pensada. Há razões para isso e eu respeito”, disse.
Questionado pela reportagem sobre se havia considerado um erro ter afastado os 31 policiais militares que participaram da ocorrência em Paraisópolis, Doria disse que tomou a decisão por sensibilidade porque os PMs corriam perigo se continuassem nas ruas.
“Eu entendi, pela minha sensibilidade, que não atender ao apelo dos familiares iria colocar em risco a própria vida dos policiais militares ou em risco a situação de paz e de equilíbrio que nos desejamos para Paraisópolis”, disse ele.
O afastamento ocorreu em dezembro do ano passado, após reunião entre Doria e familiares das vítimas da ação policial desencadeada na favela da zona sul paulistana.
Salles concentrou seu discurso em agradecer a Doria e ao general Campos pela oportunidade de comandar a PM, mas não deixou de pontuar que a relação entre eles nem sempre foi harmônica. “As palavras ao senhor são de gratidão. As relações das pessoas que trabalham juntas, não aquelas almas frias e tímidas, por vezes têm momentos tensos, é natural porque todo mundo quer acertar, fazer o melhor”, disse.
Em seu discurso, Salles deu indicativos de nem ter sido consultado sobre a escolha de seu substituto, ao dizer que só ficou sabendo nesta segunda (9) quem era o escolhido para o comando.
Também fez elogios para afastar a possibilidade de uma debandada de oficiais da PM, como circulou em grupos de policiais neste final de semana. “Não há nenhum problema. Nossa tropa continua altiva e trabalhando muito. Com o coronel será melhor ainda, porque ele é muito melhor do que eu”, disse.
O comandante-geral que deixa o cargo não negou que vá disputar um cargo eletivo. Disse, porém, que é candidato a cuidar da família, em especial do pai. “Ele tem 87 anos. Quero cuidar um pouquinho dele.”
*
RAIO-X
Nascimento: São Paulo, 28 de maio de 1968
Ingresso na Polícia Militar: fevereiro de 1985 (como aluno na academia)
Formação Acadêmica: bacharel em direito e educação física; doutorado em ciências policiais de segurança e de ordem pública

Onde trabalhou:
– 4º Batalhão de Polícia Militar Metropolitano;
– Instrutor na Academia de Polícia Militar do Barro Branco
– Instrutor na Escola Superior de Soldados
– 23º Batalhão de Polícia Militar Metropolitano;
– CPA/M – 5;
– 33º Batalhão de Polícia Militar Metropolitano;
– Casa Militar do Estado de São Paulo;
– Comandante do 16º Batalhão de Polícia Militar Metropolitano – (Paraisópolis);
– Comandante do 1º Batalhão de Choque
– Comandante do CPA/M – 10;
– Instrutor de Direitos Humanos para Forças de Segurança na América Latina – CICV (Comitê Internacional da Cruz Vermelha)

*Folhapress

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